Adega - Edição 185 (2021-03)

(Antfer) #1

32 |^ Revista ADEGA -^ Ed.185


Menos cobre
Vinícolas se unem para diminuir o uso de substância nos vinhedos

Novas Indicações Geográficas
Bituruna, no Paraná, e Vale do São Francisco, no nordeste, entraram com solicitação no INPI

A Associação dos Produtores
de Uva e Vinho de Bituruna


  • APRUVIBI – entrou com
    pedido no Instituto Nacional de
    Propriedade Industrial, o INPI,
    para reconhecer a região como
    uma Indicação Geográfica na
    produção de vinho. O pequeno
    município, que é conhecido como
    a capital do vinho paranaense,
    possui hoje quatro vinícolas e 94
    produtores de uva. A especialidade
    da região é o vinho de mesa feito
    principalmente com as uvas
    Bordô e Casca Dura, também
    conhecida como Martha. Porém,
    produtores iniciaram nos últimos
    anos a produção de espumantes
    Moscatel e vinhos finos baseados
    Cabernet Sauvignon e Merlot. Se
    aprovada será a primeira Indicação
    Geográfica do estado do Paraná.


Já no Nordeste, o Vale do São
Francisco será a primeira região
tropical do mundo a receber o selo de
Indicação Geográfica para a produção
de vinhos finos e espumantes. Em
fase de estruturação, o trabalho de
caracterização da região, necessário
para enquadrar o cultivo e produção
de vinho como uma IG, foi feito em
uma parceria entre a
Embrapa Uva e Vinho
do Rio Grande do
Sul com a Embrapa
Semiárido, estabelecida
em Pernambuco. A
transformação na área
em uma Indicação
Geográfica é uma antiga
demanda do Instituto
do Vinho do Vale do São
Francisco – o Vinhovasf.
A Indicação Geográfica

Vale do São Francisco vai autorizar
a produção de vinhos tranquilos
brancos, rosés ou tintos e espumantes
brancos ou rosés que podem ser bruts,
demi-secs ou moscatéis. A uva para a
produção do vinho tem que ser 100%
proveniente da região delimitada
no eixo Petrolina-Juazeiro e serão
autorizadas 23 castas diferentes.

Vinícolas de Portugal,
Espanha e França
se uniram em um
projeto denominado
COPPEREPLACE,
que visa desenvolver
novas tecnologias
para substituir o uso
de produtos que contém
cobre em seus vinhedos. A
iniciativa recebeu 1,6 milhão de
euros de um programa europeu para pesquisas
sustentáveis na região e tem como meta desenvolver
uma nova tecnologia capaz de ser implementada em
qualquer vinhedo até 2023.
O escopo do projeto afirma que é preciso
“validar uma série de soluções integradas,

inovadoras e viáveis para reduzir o uso de cobre”
e completa dizendo que essas soluções “serão
transferíveis e duradouras”. O cobre é amplamente
utilizado na agricultura desde o século XIX no
combate a um conjunto de doenças designada
míldio. Ela é responsável por formar manchas
parecidas com bolor que aparecem principalmente
nas folhas, mas podem afetar outras partes das
plantas, e as tornam secas e quebradiças. Essa
doença é causada por organismos parasitas da
família Peronosporaceae, protistas de aspecto
semelhante ao fungo.
O uso prolongado da substância e sua
concentração no solo está causando prejuízos
ambientais e aos vinhedos e estudos mostram que a
alta concentração de cobre inibe o crescimento das
raízes e, por vezes, é responsável por matar a vinha.
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