Adega - Edição 185 (2021-03)

(Antfer) #1

HISTÓRIA DA CLASSIFICAÇÃO DOS


VINHEDOS DA BORGONHA
A classificação atual que divide os vinhedos da Borgonha em
Grand Cru, Premier Cru e Villages data de 1936, feita pelo INAO
(Instituto nacional de origem e qualidade da França). Mas antes de
ser oficializada, alguns escritores tentaram mapear e classificar os
terroirs da Borgonha. O primeiro foi Denis Morelot, que publicou o
“Statistique oenologique de l’arrondissement de Beaune” em 1825,
e, em 1831, lançou o “Statistique de la vigne dans le departament
de la Côte d’Or”, estudos que seriam a base para o trabalho de
Julles Lavalle – fundamental para a classificação de 1936.
Lavalle é o mais famoso dos teóricos sobre os terroirs da
Borgonha, tendo divulgado uma classificação detalhada dos
vinhedos sob o título de “Histoire et stastistique de la vigne et
des Grands vins dans le department de la Côte d’Or” em 1855,
curiosamente o mesmo ano em que os vinhos de Bordeaux foram
classificados. Nele, os vinhedos foram listados de acordo com
três categorias diferentes, com os melhores vinhos (equivalentes
aos Grand Cru) chamados de “Tête de Cuvée”, depois Premiere
Cuvée e Seconde Cuvée. A classificação de 1936 levou em
conta principalmente a obra de Lavalle e, desde então, algumas
mudanças ocorreram, com vinhos que foram reclassificados,
como La Grande Rue, um Premier Cru que atingiu o status de
Grand Cru em 1992. Pode-se dizer que algumas classificações
controversas ainda são o status de Premier Cru para Les
Amoureuses, Clos Saint Jacques, Les Saints Georges e Les
Rugiens por exemplo.

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