Adega - Edição 185 (2021-03)

(Antfer) #1

82 |^ Revista ADEGA -^ Ed.185


O terroir
A Ilha da Madeira tem cerca de
500 hectares de vinhedos em
uma paisagem caracterizada pela
orografia acidentada do relevo. A
construção dos típicos socalcos,
sustentados por paredes de pedras,
lembra escadarias em jardins
montanhosos. O solo é de origem
vulcânica, majoritariamente
basáltico, e o mar ao redor,
juntamente com as condições
climáticas, com verões quentes e
úmidos e invernos amenos, tornam
esse terroir extremamente singular.
O sistema de condução mais
tradicional na ilha é o de “latada”

(pérgola), apesar de a espaldeira
também ser utilizada, mas, só
em terrenos com declives menos
acentuados. Não é preciso dizer
que o terreno acidentado dificulta
e muito a colheita, que ainda hoje é
feita de forma totalmente manual.
Nas vinícolas, geralmente se
faz uma triagem das uvas (confira
as principais castas usadas e suas
características no box ao final).
Após isso, é feita a seleção do tipo
de uvas, de acordo com o tipo
de vinho que se pretende obter.
A partir daqui, dá-se início ao
processo de fermentação. O mosto
resultante da prensagem passa

por uma fermentação, que pode
ser total ou parcial, e posterior
fortificação (parada da fermentação
devido ao acréscimo de aguardente
vínica). A escolha do momento da
interrupção da fermentação é feita
de acordo com o grau de doçura
pretendido para o vinho, podendo-
se, com este procedimento, obter
quatro tipos: seco, meio-seco,
meio-doce e doce (veja box ao
final). Após esse processo, os
vinhos podem ser submetidos
a um dos dois processos de
envelhecimento, a “estufagem” ou
o “canteiro” (veja box na página
anterior).
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