"Meu Exército" não obrigará lockdown
Banco Central do BrasilCorreio Braziliense/Nacional - Política
terça-feira, 9 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Paulo GuedesClique aqui para abrir a imagemO presidente Jair Bolsonaro criticou, ontem, as novas
medidas de isolamento nos estados e municípios para
conter o avanço do novo coronavírus e descartou a
possibilidade de decretar um lockdown nacional.
"Alguns querem que eu decrete lockdown. Não vou
decretar e pode ter certeza de uma coisa: o meu
Exército não vai para a rua pra obrigar o povo a ficar em
casa", disse, em conversa com apoiadores no Palácio
da Alvorada.
Ontem, pela primeira vez, ficaram abaixo de mil as
mortes pela covid-19 em 24 horas: 987, ainda assim o
maior número de óbitos na medição de domingo para
segunda-feira. As vidas perdidas chegaram a 266.398,
de acordo com os dados coletados pelo Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que são
replicados pelo Ministério da Saúde.
"Eu quero paz, tranquilidade, democracia, respeito às
instituições, mas alguns estão se excedendo", disse
Bolsonaro aos apoiadores, em tom ameaçador aos
governadores. "O povo vai se conscientizar do que
precisa ser feito. Na hora certa, tudo vai acontecer",
completou, enigmático.
O presidente citou o auxílio emergencial, pago a
trabalhadores informais e desempregados por causa do
fechamento de negócios durante a pandemia do novo
coronavírus, como o "maior projeto social do mundo". O
governo se prepara para lançar uma nova rodada do
benefício em 2021 e, ontem, o ministro da Economia,
Paulo Guedes, disse que serão pagamentos de R$
250, em média. "Parece que está voltando a onda de
lockdown", disse Bolsonaro, pressionado pelo avanço
da doença e pela falta de vacinas para a população.
"Vamos ver até onde o Brasil aguenta esse estado de
coisas". Mais uma vez, ele evitou se responsabilizar
pelo quadro da covid-19 no país. "Não cobre de mim. Se
eu fosse o dono de tudo aqui, seria o que chamam de
ditador".Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes