Então, imaginado isso, onde tudo, e tudo mesmo (incluindo
o próprio nada), emerge sempre da mesma origem, sem
qualquer exceção e não podendo ser de outro modo... Então,
diante disso, até já daria para compreender que existe algo
atrás de tudo; algo certamente imenso, algo que sequer
poderia ser mensurável; algo que manifesta tudo, mas que
não é nenhuma destas manifestações, até porque toda
manifestação é limitada, por mais grandiosa que seja, e até
porque, é impossível o manifestante ser o manifestado (e vice-
versa).
Assim, diante do já exposto, fica até fácil imaginar que tais
manifestações são na verdade o que existe de mais original, e
é o que vive acontecendo o tempo todo, desde sempre,
perfazendo mesmo o que se pode chamar de cada instante.
Aliás, para aqueles que percebem estas manifestações, mas
sem lhes fazer qualquer acréscimo, ou lhes apresentar
qualquer ação/reação, sendo mesmo apenas atravessados por
elas, tais manifestações se mostram capazes de desdobra-
mentos dos mais saudáveis. Claro que existe também o outro
lado, daqueles que chegam até a se interporem a estas
manifestações, o que as tornam aparentemente até desagra-
dáveis ou conflituosas, esquecendo-se que eles próprios
adulteraram a manifestação original, não permitindo que ela
se desdobrasse, segundo sua própria natureza e realidade, e
até por respeito a tudo que é".
Disso tudo fica por fim a seguinte lição: aquele que não
interferir no que acontece, deixando que o que acontecer
tenha seu próprio desdobramento, este estaria sendo um e o
mesmo com o Absoluto, cuja característica fundamental é
justamente a não interferência, dado que sua emanação é