LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA | 3
U
ma edição que promete muito debate.
Logo de cara, deparamos com uma meni-
na que dá uma banana ao convencional
e enxerga as pessoas como elas são, no
Ponto de Encontro, que abre espaço para a metralha-
dora giratória do escritor Mateus Arcaro na Entrevista,
provando que já se pode filosofar em português.
Continuando essa toada de palavras e do que elas
representam, aprendemos como os falares femininos
carregam um discurso todo próprio, no texto eivado de
ideias (e ideais) de Avram Ascot em Língua Viva. Ideias
e ideais também eram a bandeira de Lima Barreto, tan-
tas vezes esquecido por nós – precisamos parar de fa-
zer isso, invoca a seção Resgate.
E nada como tirar um coelho da cartola e usar a
literatura em sala de aula para a alfabetização dos pe-
quenos, lembra Aline Fernanda Sampaio em Leitura e
Escrita. E você tem ideia de como usar a crase sem crise?
É fácil, como ensina Fernanda De Paula, em Gramática.
Quem tinha ideias a mancheias mesmo era
Monteiro Lobato, talvez nosso maior escritor de li-
teratura infantil brasileira, que levantou (e levanta)
muita polêmica, conta Abrahão Costa de Freitas em
nossa Matéria de Capa.
Muitas dessas ideias e ideais estão presentes na
linguagem indígena, que podem desaparecer, chama a
atenção Márcio Scarpellini Vieira em Língua de índio.
Isso assusta, não?
Mas quem faz cair o pano do assombro e mostra o
caminho para a Produção de Texto é Maria Beatriz com
um monte de ideias na cabeça e um caderno na mão
- ou uma tela? O argentino Julio Cortázar também ti-
nha ideias e mais ideias aos montes, e eram tantas que
transformou sua literatura em um enigma, como mos-
tra Jussara Saraíba em Literatura Estrangeira.
E se discutíssemos mais as ideias, quem sabe a his-
tória de Sylvia Plath fosse diferente e o suicídio não se
tornasse a solução, como é contada em Cabeceira.
Roberto Sarmento também coloca suas ideias ao
dispor dos leitores em sua análise de como anda a poe-
sia em Interpretação de Texto. Mas, às vezes, ficamos to-
talmente sem nenhuma ideia de como tocar aquele pro-
jeto, especialmente se for sobre a nova BNCC, mas um
bom curso pode resolver, como se mostra em Acontece.
Tudo fica muito mais fácil quando se consegue for-
mar uma comunidade leitora escolar, para que as ideias
e os ideais não fiquem soltos, dando piparotes no ar, de-
fende Márcio Scarpellini Vieira em Ponto de Vista.
E como ponto final, que tal fortalecer o laço família-
-escola com rodas de conversa na escola e em casa, e
partilhar ideias e ideais? Fosse hoje, poderia o poeta
Castro Alves bradar ideias, ideais a mancheias... Aliás,
o que ele fez durante toda sua vida.
Mara Magaña, Editora
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