Conhecimento Prático Língua Portuguesa e Literatura - Edição 77 (2019-06)

(Antfer) #1
LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA | 39

REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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Revista Iluminart. Ano VI. N.


  1. Dezembro/2014.


INOVAÇÕES E CONTRADIÇÕES
Monteiro Lobato implantou uma série
de renovações nos livros didáticos e infan-
tis, como ilustrações mais ampliadas, uma de
suas grandes preocupações, e capas mais bem
elaboradas, criando uma nova versão do livro
no Brasil e do seu layout.
Não contente com isso, criou a Cia. Editora
Monteiro Lobato, considerada a primeira em-
presa editorial genuinamente brasileira, de
fundamental importância para os estudos
sobre o livro e a leitura no Brasil. Em uma
época em que os livros brasileiros eram edi-
tados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato
tornou-se editor, passando a produzir livros no
Brasil. Dentro de pouco tempo as edições da
Monteiro Lobato e Cia. dominavam o mercado
livreiro brasileiro. O voo, entretanto, fora alto
demais. Sem nenhum apoio governamental, as
grandes ofi cinas gráfi cas não suportaram a di-
fi culdade de fi nanciamento e a crise energéti-
ca que se abatia sobre o Brasil. Lobato enfren-
tou dignamente a falência de sua editora em
cujos alicerces ele plantaria os da Companhia
Editora Nacional.
Como empreendedor, um de seus feitos
mais comentados diz respeito ao petróleo. Na
contramão dos in teresses dominantes, fundou
a Companhia Petróleos do Brasil, e graças à
grande facilidade com que fo ram subscritas
suas ações, inaugurou várias empresas para
fazer perfuração, sendo a maior de todas elas
a Companhia Mato-grossense de Pe tróleo (em


1938), que visava realizar perfurações quase
junto à fronteira com a Bolívia, cujo governo
nacionalista já encontrara seu ouro negro.
Em dois livros, Ferro (1931) e O Escândalo
do Petróleo (1936), o escritor documenta os
lances dramáticos da duríssima batalha que
teve que travar contra a “carneirada” e contra
os “moinhos de vento”, movido unicamente
pelo afã de prover o Brasil de uma indústria
petrolífera independente. O último livro es-
gotou várias edições em me nos de um mês.
Aturdido, o governo de Getúlio Vargas, o qual
era a cu sado de “não perfurar e não deixar que
se perfure”, proibiu “O Es cân dalo do Petróleo”
e mandou re colher todos os exemplares dis-
poníveis, aquilo que seria o primeiro lance da
longa sequência de escândalos envolvendo o
ouro negro brasileiro, que prosseguem até os
dias de hoje.
A empolgação de Lobato fez com que ele
percorresse todo o País em busca de apoio; a
guerra que lhe moveram os governantes, os
burocratas e sabotadores dos interesses pá-
trios terminou por deixá-lo pobre, doente e
desgostoso e, até mesmo, levá-lo ao Presídio
Tiradentes, onde como preso político foi con-
fi nado por seis meses, naquela mesma cela do
Pavilhão n.1, pela qual passariam tantos presos
da ditadura militar de 1964.
Mas o que fi ca mesmo da grande arte de
Lobato é a construção de um reino e tudo aqui-
lo que torna o seu trabalho algo único desde
aqueles anos de 1920.

“Um aspecto importante a se ressaltar é


que os personagens de Monteiro Lobato


tornaram-se tão conhecidos pelo público


leitor brasileiro, de modo que transcenderam


o texto literário e passaram a ter vida


em outros meios midiáticos, tais como: a


televisão, o rádio, o teatro e os quadrinhos”


JUSSARA SARAÍBA é jornalista
e contadora de histórias.

SOBRE A AUTORA
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