Alexandre Jorge Chaia e Ricardo Humberto Rocha - Oportunidades e
desafios para as fintechsBanco Central do BrasilCorreio Braziliense/Nacional - Opinião
sexta-feira, 12 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco CentralClique aqui para abrir a imagemAutor: » Alexandre Jorge Chaia e Ricardo Humberto
Rocha Professores e pesquisadores da Finted
Operações de crédito são um dos pilares do
desenvolvimento sustentável de uma economia, pois
proporciona financiamento de bens e serviços. No
Brasil, essas operações têm crescido consistentemente
desde a estabilização monetária promovida pelo Plano
Real.
Porém, só depois do boom das commodities, ocorrido
entre 2003 e 2008, é que o volume de crédito
apresentou aceleração, passando de 28% do PIB em
2003 até seu pico, em 2016, em um patamar próximo a
50%, quando a economia brasileira iniciou o seu
processo de ajuste que tem perdurado até hoje.
Operações de crédito expõem o credor, em geral, uma
instituição financeira, ao risco de não devolução, pelo
tomador do crédito, dos recursos conforme combinado.
Esse risco se elevou bastante durante as crises de 2008
e 2013 pelo aumento dos níveis de inadimplência em
todos os mercados mundiais.Em razão das crises, os órgãos reguladores passaram a
exigir das instituições financeiras tradicionais o aumento
de investimentos em sistemas de gestão de risco e
compliance e a elevação dos níveis de capital mínimo,
de forma a evitar que a economia volte a apresentar
riscos sistêmicos.O principal impacto dessas medidas foi a elevação
expressiva dos custos de observância das instituições
financeiras, que, em geral, são repassados aos
tomadores de crédito por meio do aumento do spread
bancário.A boa notícia para os devedores no Brasil é que o
número de startups financeiras, e o volume de
investimento de empresas denominadas fintechs, vem
crescendo. Uma Fintech pode ser definida como uma
empresa de serviço financeiro baseada em tecnologia
que possui custos reduzidos e alta flexibilidade para
atendimento às demandas da sociedade.Outra boa notícia é que o Banco Central do Brasil
(Bacen), por meio da regulação conhecida como sande
box, vem apoiando o desenvolvimento dessas
empresas. De acordo com o levantamento Inside
Fintech Report #5, de fevereiro de 2021, já existem 142
fintechs de crédito no Brasil, sendo que 50 delas estão
registradas no Banco Central.Em 2018, o Bacen regulamentou a atuação de fintechs
de crédito por meio da Sociedade de Crédito Direto
(SDC) e da Sociedade de Empréstimo entre Pessoas
(SEP). A diferença entre as duas está na atividade
exercida, pois, enquanto a SCD oferece crédito com
recursos próprios, a SEP se comporta como mediadora
entre ofertantes e demandantes de crédito.Desde 2018, já foram licenciadas 47 fintechs, conforme
dados do Sistema Financeiro Nacional (SFN), fornecido