MULHERES EMPREENDEDORAS - APOIO ÀS MÃES QUE
EMPREENDEM
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Pequenas Empresas Grandes Negócios/Nacional - Artigo
quarta-feira, 10 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: ANA FONTES
A maternidade deve ser um momento especial para as
mulheres que a escolhem — e não um fardo para sua
trajetória empreendedora
Para entender um pouco mais sobre a realidade do
empreendedorismo feminino no Brasil, é necessário
ressaltar alguns dados. Estatisticamente falando, o
Brasil tem cerca de 26 milhões de mulheres
empreendedoras (ante 29 milhões de homens). A
grande maioria abre negócios no que chamamos de
áreas de conforto: serviços, beleza, saúde, bem-estar e
alimentação. Nesses setores, a concorrência é mais alta
e, também por isso, a lucratividade e a taxa de
longevidade do negócio são menores. As informações
são do GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2019,
portanto antes da pandemia da covid-19. O que nos
leva a crer que esses números podem não condizer
com a atual realidade — ainda mais levando em conta
que o crescimento do desemprego historicamente afeta
mais as mulheres do que os homens.
Os obstáculos enfrentados pelas empreendedoras não
são apenas econômicos. No aspecto sociocultural, a
desigualdade de condições também é gritante:
conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), em 2018 a taxa de realização
de afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas entre
as mulheres empreendedoras foi de 93%, enquanto
entre os homens foi de 80,4%. Essa diferença se
intensifica ainda mais nos números que mostram o
tempo dedicado pelas mulheres a essas atividades
domésticas: 21,3 horas por semana, em média, ante
10,9 horas dos homens. Ou seja, quando uma mulher
empreende, ela tem uma disponibilidade de tempo
menor para cuidar do próprio negócio.
As pesquisas citadas apontam para a mesma direção