INDÚSTRIAS - A fuga das multinacionais
Banco Central do BrasilRevista Isto é/Nacional - ECONOMIA & NEGOCIOS
sexta-feira, 12 de março de 2021
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Autor: Eudes LimaEmpresas estrangeiras fogem dos riscos da economia
brasileira e migram para outros mercados. A
instabilidade política e jurídica soma-se ao “Custo
Brasil”, cada dia mais alto por conta das medidas
erráticas do governo e da falta de reformas
estruturantesHá uma onda de empresas estrangeiras que fogem do
Brasil. Depois de 48 anos a Sony anunciou o
fechamento da indústria na Zona Franca de Manaus,
com o fim de 300 empregos diretos. Mais a crise
envolvendo companhias de capital internacional no País
não se limita à fabricante japonesa. A indústria
automobilística talvez seja a que mais falta fará à
economia nacional: Ford, Audi e Mercedes estão
deixando o País em busca de novos mercados. O grupo
suíço do ramo farmacêutico Roche já havia
comunicado, em 2019, que entre quatro ou cinco anos
deixará o Brasil. Tantas outras empresas seguem o
mesmo caminho e também já saíram, como é o caso da
Nike, Fnac, Walmart, Nikon, Brasil Kirin, Häagen-dazs,
Glovo, RR Donnelley, Lush Cosméticos, Kiehl’s e Eli
Lilly. É um verdadeiro êxodo. O economista da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Vladimir Maciel,
diz que a desindustrialização no Brasil corre de forma
acelerada, sobretudo depois da pandemia que agilizou
mudanças nos processos de produção e consumo. “As
marcas se reposicionam conforme as suas
necessidades. O problema está na relação entre saídas
e entradas. Ninguém quer ficar no Brasil, um País cheio
de incertezas”, explica.Motivos para investir aqui são menores dos que para
sair. Os empresários reclamam dos altos custos de
produção, especialmente quanto à elevada carga
tributária e ausência de reformas que reduzam o “Custo
Brasil”. A falta da Reforma Tributária e a Administrativa
deixam o País em permanente crise fiscal, o que cria