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Banco Central do Brasil

Revista Isto é/Nacional - Artigos
sexta-feira, 12 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Vejamos o caso do PT.


A história do PT, desde sua origem, sempre esteve
relacionada à promessa de benefícios sociais.


À melhor distribuição de renda no País. Ao apoio aos
menos favorecidos.


É inegável o fato de que durante o primeiro governo
Lula, mesmo contando com a sorte de surfar uma onda
favorável na economia mundial, houve uma profunda
mudança na pirâmide social brasileira.


Uma mudança que não se sustentou porque não tinha
um lastro econômico autossustentável.


Quando explodiram os escândalos de corrupção, o
castelo ruiu.


Aí entram as prioridades.


Para quem apoiava — e talvez ainda apoie Lula e o PT
— essa intenção pretensamente socialista (porque na
prática nenhum governo petista o foi) de mudança na
estrutura da nossa sociedade é mais importante do que
tudo. Inclusive do que a corrupção.


Então, é compreensivo que ainda existam aqueles que
mesmo reconhecendo a corrupção, apostam em Lula e
na promessa petista.


Para eles, os fins justificam os meios.


Assim como quem ainda apoia o Bolsonaro, baseia sua


decisão numa lógica onde é necessário um déspota
esclarecido no poder. Um novo Marquês de Pombal.
Alguém que, em nome do progresso e do nacionalismo,
necessite usar o autoritarismo e o medo, como o
Leviatan de Hobbes, para impor uma nova ordem.

Para quem apoia Bolsonaro, essa mudança em nossa
sociedade é mais importante do que tudo. Até mesmo
do que a saúde da população. “Alguns vão morrer.
Fazer o quê?”.

Para eles, os fins justificam os meios, de novo.

Quem pensa diferente, não consegue entender as
prioridades do outro.

Outro motivo, acredito, é simplesmente a dificuldade em
admitir que errou. Aí entra o orgulho.

Encarar a família, os amigos, as redes sociais e aceitar
que errou, principalmente depois de ter apoiado com
veemência alguém que se provou uma farsa, não é
coisa fácil.

Então, quem sabe, seja a hora da gente tentar, ao invés
de acusar e ofender, buscar alguma empatia com esses
dois grupos.

Quem sabe isso possibilite crescer o número de
brasileiros que reconhecem o mal que Bolsonaro está
fazendo ao País.

Quem sabe.

Claro que existem também os imbecis, os ignorantes, os
igualmente corruptos ou canalhas.
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