Banco Central do Brasil
Pequenas Empresas Grandes Negócios/Nacional - Back
End
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - IPCA
últimos três meses, para depois analisar, linha a linha,
até onde é possível apertar o cinto para garantir um
caixa mais saudável. “Convém renegociar novamente
contratos e prazos com fornecedores, bem como
dívidas a taxas menores junto a bancos e instituições de
pagamento. Revisite também o estoque e estude a
possibilidade de fazer promoções para gerar caixa”, diz
Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP. Outra
opção é rever a estratégia de precificação com base na
projeção da receita.
Cortar gastos, no entanto, não significa deixar de
investir. “É preciso tornar a empresa sustentável,
fazendo uma boa gestão de custos, para alavancar
recursos e investir em iniciativas que ajudem a enfrentar
a pandemia”, afirma Ana Vecchi, fundadora e CEO da
Ana Vecchi Business Consulting. Para fazer
investimentos certeiros, o empreendedor deve estar
atento às heranças de 2020. “Entre elas, está a
mudança na forma de vender nos canais digitais, com a
expansão de parceiros de entrega e o uso de
ferramentas de venda nas redes sociais”, afirma
Michelle Sabino, gerente regional do Sebrae-SP.
Confira a seguir as melhores práticas para elencar
prioridades e traçar o futuro do negócio em 2021.
CUSTO DE LOCAÇÃO
FÍSICO OU DIGITAL?
Com o crescimento do e-commerce e a migração de
boa parte dos consumidores para o home office,
certifique-se de que o perfil de consumo da sua loja
ainda requer a mesma localização e metragem de
antes. Analise também se a experiência do cliente
depende do fluxo na loja. “Isso lhe permite entender se
ele valoriza o contato no ponto de venda físico, o que
justificaria o custo de ocupação, ou se vale mais a pena
investir no relacionamento digital”, diz Michelle, do
Sebrae-SP. Na decisão, leve em conta os novos hábitos
de consumo e a proposta de valor percebida pelo
cliente.
REDUÇÃO DE GASTOS
Renegocie o valor do contrato de aluguel, bem como o
índice de reajuste. “Se possível, saia do IGP-M [índice
Geral de Preços do Mercado], que está nas alturas, e vá
para o IPCA [índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo]’’, diz Kelly, da FecomercioSP. No caso de
pontos em shopping centers, a melhor estratégia para
renegociar aluguel, condomínio e fundo de propaganda
é unir-se a outros lojistas. Com isso, aumentam as
chances de obter descontos temporários e revisão de
taxas — por exemplo, de limpeza e decoração. Vale
rever também pacotes de contas de consumo, como
internet e telefone, em busca de preços mais
competitivos.
MUDANÇA DE ENDEREÇO
“Em geral, diminuir a metragem reduz o custo de
ocupação, com impacto também sobre equipamentos e
funcionários”, diz Ana, da Ana Vecchi Consulting. A
decisão, porém, requer análise da projeção da
demanda. “Não adianta cortar e depois perder a
capacidade de atender a clientela”, afirma. Outra
oportunidade é a mudança para regiões mais afastadas
do centro ou outras cidades. “Funciona para negócios
que não exigem fluxo de clientes, como escritórios, por
exemplo, ou para quem busca o público que se mudou
para o interior na quarentena”, comenta Michelle, do
Sebrae-SP. Entre as vantagens, estão a queda dos
custos de ocupação e de vida.
CUSTO DE PESSOAL
CURVA DA DEMANDA
O segmento do negócio, as restrições de abertura do
ponto físico (por conta das medidas de isolamento
social) e a migração do público para canais digitais são
fatores que podem impactar diretamente a receita. E,
em consequência, o custo de pessoal. “Nesse contexto,
cabe ao empreendedor analisar se a curva de demanda
é crescente ou decrescente para os próximos meses,
levando em conta também novos entrantes com