Newsletter Banco Central (2021-03-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista RI/Rio de Janeiro - CAPA
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Selic

conhecesse melhor esses investidores poderia alterar a
forma de relacionamento com esse público.


O que também chama a atenção é que somente 9% das
empresas pesquisadas possuem contas em redes
sociais dedicadas às atividades de RI - no LinkedIn,
Twitter e Instagram.


Geraldo Soares, conselheiro de Administração do IBRI,
enfatiza que é preciso conhecer melhor os investidores
pessoas físicas. Segundo ele, a utilização de meios
digitais para a comunicação com esse público é
fundamental – redes sociais, lives, videoconferências,
podcasts e até grupos de WhatsApp. “A pandemia está
acelerando toda essa estrutura de comunicação digital”,
avalia. Outro aspecto determinante é adequar a linha de
comunicação. “De forma geral, a linguagem para as
pessoas físicas tem que ser menos técnica e mais
didática e acessível. As empresas passam a ter um
papel importante de educação financeira”, destaca
Soares.


Ricardo Rosanova Garcia, diretor técnico do IBRI
ressalta que o avanço das coberturas dos analistas de
bancos, corretoras e das casas de research
independentes é positivo. Os RIs devem estar altamente
preparados para dialogar com esse público
especializado, que normalmente tem uma visão mais
holística, incluindo os setores das empresas e o
ambiente competitivo. “Esses analistas amplificam o
alcance das informações que cada empresa divulga.
Outra vantagem é que eles costumam trazer insights
setoriais importantes para os profissionais de RI e para
as companhias”, comenta. Para ele, sobretudo as casas
independentes atuam em muitos canais, acessando a
base do varejo, que vem ganhando força.


Quanto ao relacionamento com investidores
institucionais, que também têm profundo conhecimento
setorial, a tendência é de uma atuação mais proativa
dos profissionais de RI. “A ideia é trabalhar com targets,


procurar investidores com potencial de aumentar
exposição no setor e agendar reuniões, apresentar ou
atualizar o case da empresa”, afirma Eduardo Galvão,
gerente de RI da Ultrapar e conselheiro do IBRI.
Conforme ele, a transparência é cada vez mais
requisitada e os RIs precisam aumentar o seu escopo e
entender mais sobre o que as empresas fazem em
termos de ESG, compliance e medidas para prevenir
fraudes e corrupção.

Inclusive, segundo especialistas e agentes do mercado,
cada vez mais os RIs estão participando das
assembleias digitais de acionistas, sendo que essa
atividade não está mais concentrada na área jurídica
das empresas.

Diante da nova onda de IPOs, também vieram à tona
melhores práticas de RI. Uma delas é a criação de um
comitê de divulgação que serve para que as decisões
sobre fatos relevantes e outras comunicações sejam
compartilhadas. “Logicamente que para a CVM, a
decisão final é do diretor de RI, mas o comitê de
divulgação é uma forma de resguardá-lo”, explica
Rodrigo Maia, conselheiro de Administração do IBRI.
Segundo ele, muitas vezes o que determina se uma
informação pode ou não influenciar os preços no
mercado é “uma zona cinzenta”. No entanto, é
fundamental saber a materialidade. Para isso, o comitê
de divulgação, formado pelo presidente da companhia,
o CFO, representantes da controladoria, do
departamento jurídico e de gestão de pessoas, entre
outros profissionais com diferentes formações, pode
discutir cada tema, permitindo que o DRI aprofunde
suas análises e tome decisões adequadas. No mercado,
há empresas que só tem esse comitê no papel e outras
que executam todo o rito.

Maia diz que alguns RIs de companhias novatas na
Bolsa têm pecado pelo excesso de divulgações de fatos
relevantes, com o intuito de se protegerem. O problema,
segundo ele, é que esse documento não pode ser
banalizado, pois é um instrumento de alerta, que precisa
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