Banco Central do Brasil
Revista RI/Rio de Janeiro - Noticias
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Ipea
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Autor: Eduardo Werneck
“O tempo é uma coisa gozada...dá-nos a sensação de
que o instante aqui e agora, é tudo que há, mas é só
piscar os olhos e pronto – já não é nada.” - Eduardo
Giannetti da Fonseca, “O Anel de Giges”
Minha relação com o Brasil, na década dos 50, ainda
criança, voltando dos Estados Unidos, aconteceu
ouvindo exaustivamente as palavras Plano, Objetivos,
Metas. Foi a época do “Plano de Metas 50 anos em 5”
em que os objetivos de crescimento econômico estavam
na base da economia (dez anos antes estávamos
saindo de um período de depressão econômica graças
(será essa a palavra correta?) à 2ª guerra mundial.
Simon Kuznets criou uma forma de mensuração, não
para medir o PIB, mas as despesas da 2ª Guerra e das
necessidades de investimentos para a recuperação
global. Virou referência de cálculo do PIB. A partir daí,
qualquer coisa que gerasse emprego, investimento,
consumo e renda contribuía para o PIB. Se fechasse a
indústria de cigarro haveria uma queda imediata no
valor do Produto devido à redução de demanda dos
serviços de saúde. Por outro lado, fabricar produtos
emissores de GHG contribuía para o aumento do PIB.
Esse grande plano viabilizou a instalação da Industria
automobilística no e da Construção Civil no Brasil. A
ocupação da Amazônia já era uma preocupação em
ambos os sentidos. O grande argumento era “Integrar
para não entregar”. Houve um salto na produção do
petróleo, que alavancou a necessidade da produção de
energia, construção de estradas inter-regionais,
explosão migratória, a diversificação das indústrias via
substituição de importações, a era das grandes obras,
Transamazônica como base para ocupação, Usina
Hidroelétrica de Itaipu, responsável pelo fim do Salto de
Quedas no Rio Paraná, uma das maiores do mundo em
volume d’água.
Esperava-se que esse padrão de crescimento
econômico resolvesse uma série problemas. Melhorou,
mas não resolveu: persistiam problemas de educação,
saúde, saneamento, desigualdades econômicas e por
extensão índices ainda preocupantes de pobreza e
fome e aumentaram os problemas de ocupação
desordenada e irregular do solo, sem falar no abandono
de terra devido à erosão.
Enfim, resistências naturalmente aconteceram na
mesma velocidade da geração de benefícios e
externalidades. O debate foi se intensificando sem a
presença do setor econômico até a Eco-92. Fez-se
necessário a construção de uma Agenda Global que
permitisse soluções locais para a solução dos
problemas econômicos, sociais e ambientais. O
movimento coincidia assim com o início da
Globalização. E os princípios de sustentabilidade tinham
de caminhar juntos.
Daí a Agenda 21 a partir da Eco 92, depois os 10
Princípios do Pacto Global em 2000 e os 8 Objetivos do
Millenium – ODM em 2001 e os Princípios e Objetivos
ASG, em 2006. Essa linha do tempo faz parte de um
processo de engajamento de empresas e investidores
na solução de uma questão crítica: como conciliar
interesses da economia e da sociedade com os limites
do meio ambiente? O caminho continua com a Agenda
2030, um projeto mais detalhado, baseado nos 17 ODS,
também desenvolvidos com Objetivos, Metas e
Indicadores de desempenho em que destacamos o
papel do Ipea e do IBGE na adequação das metas e do
IBGE na formulação dos indicadores, além do Pacto
Global como um importante agente mobilizador no
segmento empresarial.
A Agenda 2030 contempla, de forma mais abrangente, o
desenvolvimento sustentável aprofundando os objetivos
ambientais e sociais, integrando o aspecto econômico,
quando comparamos com as ODM, O documento
“Transformando o Nosso Mundo - Agenda 2030 para o