Banco Central do Brasil
Revista RI/Rio de Janeiro - Noticias
quarta-feira, 10 de março de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Ipea
Desenvolvimento Sustentável” reforça de maneira
enfática que apesar dos progressos materiais, “a
erradicação da pobreza em todas as suas formas e
dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior
desafio global e um requisito indispensável para o
desenvolvimento sustentável”. Este desafio representa o
ODS 1 – Erradicação da Pobreza”, e está
profundamente relacionado junto com o ODS 2 – Fome
Zero e Agricultura Sustentável, ODS 8 – Trabalho
Decente e Crescimento Econômico e ODS 10 – Reduzir
as Desigualdades”.
Neste grupo de ODS ́s, não estamos performando
adequadamente desde 2015. Os indicadores do IBGE
mostram que o índice de pobreza, definido para países
de renda média, flutua entre 23 e 26% da população
brasileira (atualmente próximo a 26%). a população na
linha de extrema pobreza subiu de 4,9% em 2015 para
6,5% em 2019 e o coeficiente de gini caiu de 55,5% em
2004 para 49,1% em 2015, voltando a subir em 2019
para 54,3%. São números que comprometem a
qualidade do desenvolvimento, ainda mais quando
estamos em uma conjuntura de pandemia que
provavelmente deverá manter essa tendência.
Os ODS, de acordo com a Agenda 2030, são
estruturados e hierarquizados em termos de Biosfera,
Sociedade, Economia e Meios de Implementação:
Outra forma de organização, que serve de base para a
compreensão dos ODS, está no estudo Rewiring the
economy - Universidade de Cambridge. A tabela abaixo
não segue a proposta deste trabalho, mas certamente
tem muita influência. Comparativamente à
representação da Agenda 2030. Algumas ODS ́s foram
consideradas em mais de uma referência como é o caso
da ODS 2 – Fome e Agricultura Sustentável, ODS 12 –
Produção e Consumo Responsável, etc.
Como vemos esta estrutura leva em consideração 5
níveis:
- O que a economia e a sociedade devem considerar
de forma precedente: Clima e Gestão dos Recursos
Naturais e de Resíduos. - O que a sociedade de receber em termos de
Necessidades Básicas. - O que a sociedade deve receber em termos de Bem-
Estar Social. - Como a Economia deve se organizar para promover
o Desenvolvimento Sustentável. - Organização institucional para o desenvolvimento de
Parcerias e Mecanismos de Implementação.
De acordo com essa estruturação, separamos, no
âmbito da Sociedade, as necessidades básicas dos
objetivos de bem-estar social, pois são problemas bem
mais sensíveis que requerem mais atenção nas
economias emergentes.
A Agenda 2030 parte da agregação de todos os
segmentos em 2015. Com a pandemia e mesmo no
período pós pandemia, a ação dos agentes não
governamentais terá de ser maior, pois ao nível do
Setor Público, a margem de manobra caiu muito, em
especial nos países não detentores de divisas e com
uma relação Dívida/PIB elevada. Nesse sentido, as
empresas terão papel estratégico e os ODS e ASG
terão de estar alinhadas, ASG como mecanismo de
Gestão de Riscos contribuindo para uma Produtividade
sustentável, construção de Reputação e visão de
Stakeholder no planejamento empresarial. Os ODS
tendem a ser o novo norte dos novos investimentos
privados, complementando as ações governamentais
necessárias à mitigação dos desequilíbrios também em
forma de Parcerias Público-Privadas.
Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável podem
ser a base para a formulação de um Plano de Objetivos
e Metas - Um “Plano de 50 anos em 10”, pois 5 anos já
se passaram e houve retrocessos nos indicadores de
Pobreza e Desigualdades. O IPEA desenhou a
adequação das metas globais para o Brasil. O IBGE
vem desenvolvendo as estatísticas dos indicadores