OPINIÃO - A BOLSA E AS ESTATAIS
Banco Central do Brasil
Revista RI/Rio de Janeiro - Opinião
quarta-feira, 10 de março de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas
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Autor: Thomás Tosta de Sá
Mais um lamentável episódio da interferência no preço
de ações de uma estatal listada na Bolsa ocorreu em
fevereiro último, com a decisão do presidente da
república de demitir o presidente da Petrobrás,
sinalizando interferência nos preços de seus produtos.
Desde a reconstrução de nossos mercados financeiro e
de capitais em 1964-1965 - na gestão de Roberto
Campos e do Professor Octávio Gouveia de Bulhões -
assistimos o governo, acionista majoritário das
empresas estatais, agindo de forma ilegal, interferindo
nos preços das ações de suas estatais cotadas em
bolsa.
Com a criação da correção monetária em 1965,
empresas puderam corrigir o valor contabilizado de seus
ativos com aplicação da correção, gerando a
bonificação de novas ações da empresa, estatal ou não.
Ocorre que as estatais eram na época as empresas
mais negociadas em bolsa e cada episódio de
atualização dos balanços representava a oportunidade
de informações privilegiadas dando ganhos aos
acionistas “amigos do rei”.
Muito embora o ex-ministro Roberto Campos
manifestasse sua opinião contrária a prática da criação
de companhia estatais, ele não se manifestava sobre
sua negociação em Bolsa.
Em 1982, publiquei um artigo na Gazeta Mercantil em
que defendia que a contrapartida da privatização era a
estatização:
“Nossa proposta é que comece a ser estudada uma
forma gradativa de retirada das empresas estatais do