Dragões - 202102

(PepeLegal) #1

REVISTA DRAGÕES FEVEREIRO 2021


com toda a gente: se aprender
uma coisa com um jogador,
outra com outro e um pouco
com todos, vou conseguir ser
melhor e chegar ao topo.


Foi por essa altura que
participou no Mundial
da Rússia. Como é que
foi essa experiência?
Eu queria jogar no Mundial e foi
muito entusiasmante. Quando
era jovem pensava que era
uma coisa que gostaria de vir
a experimentar. Foi fantástico,
mas também foi muito difícil.


O que é que recorda do
jogo frente a Portugal?
O grupo era muito difícil, com
Espanha, Portugal e Marrocos,
e estivemos muito bem. Se
tivéssemos ganho a Portugal,
tínhamos ficado no primeiro
lugar, e ao minuto 93 ou 94 eu
tive uma oportunidade para
marcar o golo da vitória, mas
falhei. Foi muito difícil, mas já
passou e já não penso nisso.


Nessa altura o selecionador
do Irão era o português
Carlos Queiroz. Gostou
de trabalhar com ele?
Ele é um treinador muito
diferente daquilo a que eu estava
habituado, é um sénior e é muito
exigente. Quando trabalhou
comigo disse a outras pessoas
que eu podia jogar em clubes top,
não me disse a mim, mas quando
soube fiquei muito contente.


Tem sido bom para o seu
desenvolvimento trabalhar com
equipas técnicas portuguesas?
As equipas técnicas portuguesas


REVISTA DRAGÕES FEVEREIRO 2021


Eu penso sempre: se


trabalhares muito,


conseguirás tudo o que


queres. Nunca se sabe


o que vai acontecer


no futuro, mas eu


tenho ambição. Agora


a minha ambição


é ganhar títulos.


são muitos boas, tanto no
relvado como fora do campo. São
excelentes a analisar as outras
equipas, sabem tudo sobre elas
e eu aprendi muito com isso.

É verdade que rejeitou
propostas muito mais
vantajosas financeiramente
quando assinou pelo Rio Ave?
Quando estava no Al-Gharafa,
os melhores clubes do Qatar
queriam contratar-me e
propunham-me contratos de 2,
ou 3 milhões de euros, mas eu
disse que não. Queria vir para a
Europa e mostrar-me aqui. Não
quero saber do dinheiro, sei que
se trabalhar bem o dinheiro vem
atrás de mim. O Carlos Queiroz
dizia sempre: se derem o vosso
melhor, tudo o que vocês querem
irá ter convosco. Naquela altura
só queria vir para a Europa, e
acho que tomei a decisão correta.

Além do futebol, como é
que tem sido a experiência
de viver em Portugal?
O povo português é muito
amigável. O Sul do Irão também
é assim, até a comida é parecida.
Acho que escolhi uma região
muito boa para viver. Tudo em
Portugal é bom para mim.

Já conhece mais zonas
do país, além do Porto
e de Vila do Conde?
Já fui a Braga, Lisboa, Póvoa
de Varzim... Mas não saio
muito. O meu foco está a 100%
nos treinos e nos jogos.

E recomendaria o Irão
como destino turístico
para portugueses?
Sim. O Irão é um país grande e
com regiões muito diversificadas.
Quem quiser uma cidade grande,
com vida 24 horas por dia, pode ir
a Teerão. Há lá sempre coisas para
fazer. Para apreciar paisagens, o
melhor é o Norte. A neve está no
Noroeste. Quem gostar do Algarve
deve conhecer o Sul. Para cidades
históricas, o melhor é o Centro.
É um país com muitas opções.

Já praticou ou aprecia algum
outro desporto em particular?
Com os amigos já pratiquei
taekwondo, basquetebol, voleibol...
Treinei andebol um mês. Sempre
gostei de experimentar todos
os desportos. Quando via um
desporto, pensava que podia
praticá-lo. E sempre gostei de tudo
o que envolvia bolas e golos.

Como está o seu português?
Está bom, percebo quase tudo.
De futebol, percebo tudo. Do
resto, quase tudo. Tinha um
professor, mas por causa da covid
não tenho podido ter aulas.

Qual é o seu maior sonho?
Ganhar a Liga dos Campeões.
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