REVISTA DRAGÕES abril 2016
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“Tenho grandes memórias do FC
Porto e do tempo que passei neste
clube. É com muito orgulho que re-
gresso hoje para matar saudades e
visitar o Museu e o Estádio do Dra-
gão, que são duas obras formidáveis”,
afirmou Dover, que voltou ao Porto
curiosamente alguns dias depois de
se terem completado 44 anos sobre
o jogo frente ao Carnide em que fez
70 pontos (126-64). O antigo basque-
tebolista teve a oportunidade de
ver pela primeira vez a estátua que
o retrata no Museu, logo à entrada
do espaço que conta a história do FC
Porto, na qual segura a bola que nin-
guém conseguia tirar-lhe das mãos.
Mais à frente também viu, numa das
vitrinas, o seu cartão de atleta.
Passaram mais de 40 anos, mas Dale
“Flash” Dover, como ficou conheci-
do, lembra-se, como se fosse hoje,
dos tempos em que aquela equipa,
com “Fernando Gomes, Manuel An-
tónio, Alfredo Leite, Esteves, Gaspar,
Alberto Babo e Licínio, jogava um
basquetebol lindo, espetacular” e
dos jogos em que ele ultrapassava
sozinho a barreira dos 60 pontos.
“Jogávamos muito bem, mesmo
tendo grandes adversários como
a Académica, o Sporting, o Benfica
e as outras equipas das antigas co-
lónias portuguesas. Na época em
que fomos campeões, em 1971/72,
perdemos apenas três jogos”, subli-
nhou Dover, que fez questão de res-
ponder sempre em português, uma
das várias línguas que domina sem
grande dificuldade.
Dover, hoje advogado em Washing-
ton, deixou ainda o desejo de regres-
sar, “provavelmente no S. João”, para
organizar um clinic de basquetebol
com a ajuda do FC Porto. E terminou
a entrevista deixando uma mensa-
gem à equipa de basquetebol dos
Dragões: “Joguem para ganhar e
compreendam que o jogo é maior
do que nós próprios. O basquetebol
é um jogo lindo e tentem respeitá-
-lo jogando bem, dando espetáculo”.
“JOGUEM PARA
GANHAR E
COMPREENDAM QUE
O JOGO É MAIOR DO
QUE NÓS PRÓPRIOS.
O BASQUETEBOL É
UM JOGO LINDO E
TENTEM RESPEITÁ-LO
JOGANDO BEM,
DANDO ESPETÁCULO.”