podia ser pior se tivesse sido fã do
Valderrama...
Em que que posição jogava?
Jogava a médio. Era uma espécie de
Roberto Baggio, mas, ao contrário
dele, eu descaía um pouco sobre a
direita, exatamente devido ao meu
pé direito. Era o 8 ou o 10. Cheguei a
ser o 10 e capitão!
Lembra-se de algum
jogo marcante?
Fomos jogar um torneio a França
e perdemos nas meias-finais nos
penáltis. Ficámos desolados e cho-
alberto indio 57
“Como era o capitão, o treinador,
da linha lateral, dizia-me para eu
incentivar os meus colegas e dar o
exemplo: ‘Vamos, Berto! Mostra como
se faz!’. Até me emociono a falar disto...”
rámos muito. No entanto, aquele
momento foi tão importante para a
nossa formação como termos sido
campeões anos mais tarde. Recordo-
-me dos jogos debaixo de chuva tor-
rencial e de o campo se tornar um
pantanal. Molhado, o equipamento
pesava quilos e quase não tínhamos
força para chutar a bola. Como era o
capitão, o treinador, da linha lateral,
dizia-me para eu incentivar os meus
colegas e dar o exemplo: “Vamos,
Berto! Mostra como se faz!”. Até me
emociono a falar disto...
Que memórias guarda
da Constituição?
As melhores recordações da minha
vida! Muito pó, muita lama, chuvei-
ros com água fria e treinos todos os
dias. Era uma espécie de tropa, na
qual me foram passados grandes
valores que me foram úteis pela
vida fora. Fiz grandes amigos com
quem ainda hoje mantenho con-
tacto. Vestir a camisola do FC Porto
era um privilégio e todos tínhamos
noção disso. Todos os miúdos da
nossa idade queriam treinar e jogar
ali. Aquele campo era a nossa forta-
leza, a nossa casa. Quando passo lá
à porta, sorrio e chego a sentir um
misto de nostalgia e orgulho de ter
feito parte da história das camadas
jovens do FC Porto.
Quem mais admira no FC Porto de
hoje?
Gosto muito do André André e do
Rúben Neves. E, claro, do presiden-
te. Acho que nunca vai haver nin-
guém que o iguale, o seu palmarés é
impressionante. É uma pessoa que
nunca se amedrontou e sempre se
impôs. A mística do FC Porto, de que
se fala frequentemente, foi plantada
e semeada por ele. Não há jogador
que passe no FC Porto que não fi-
que marcado pelo perfil de Pinto da
Costa. Alem disso, tenho a certeza
de que apesar das rivalidades dos
clubes grandes, os nossos adversá-
rios gostavam de ter um presidente
como o nosso. Claro que nunca vão
admitir, mas nós sabemos que sim.
Já pensou em escrever uma
música inspirada no FC Porto?
Sim, claro. Acho que tenho um tema
que transmite um pouco a alma e
o espírito portista. Chama-se “Aqui
mando eu!” e podia ser dedicada e
adaptada ao nosso presidente, que
defende o que é nosso e representa
na perfeição o verdadeiro sentido de
liderança.
Ser portista é...
Muito mais do que gostar de futebol
ou de um clube de futebol. Só quem
é do FC Porto compreende que isto
tudo é muito mais além do futebol. Há
a história de um povo, há um pouco
de política e há, claro, a garra e a vonta-
de de vencer tudo e todos. Talvez seja
das poucas coisas que temos na cida-
de que pode crescer, crescer e crescer
e nunca ninguém vai conseguir levar
daqui. “O Porto é nosso e há-de ser. O
Porto é nosso até morrer!”.
Alberto ao centro, em baixo