REVISTA DRAGÕES agosto 2016
33
4.663
quilómetros de
publicidade
As i m age n s q ue p a s s a m n a te lev i s ão dos e st ág ios
do FC Porto no e strangeiro têm quase sempre algo
de familiar. Para além da relva bem cuidada, que já
é uma imagem de marca, os painéis de publicidade
e d a s e nt rev i s t a s rá p i d a s a o s j og a d o re s e x i b e m
m a rc a s n a c i o n a i s , d e p a t ro c i n a d o re s d o c l u b e
( ne ste ca s o, a S u p e r B o ck e a Rev ig ré s, p a rce i ros
pr i nc ip a i s d a pré - é p o ca a z u l e bra nca ). E de onde
vem e ste material? Nada é deixado ao acaso e, por
i s s o, e le ve m de Por t uga l p or v i a te r re st re, te ndo
cumprido cerca de 4.400 quilómetros na ida e vol-
ta do Porto até Kamen e mais alguns nos vários per-
cursos entre os campos onde os Dragõe s jogaram e
t re i n a ra m. C ont a s fe it a s, i sto d á p e lo me nos 4 .6 6 3
quilómetros, provavelmente mais uns pozinhos.
O homem que está por trás desta logística é Adria-
n o Mo u t i n h o, d e 6 5 a n o s , p ro p r i e t á r i o d a A M P -
Adriano Moutinho Publicidade. Poderia ter pedido
a um dos seus funcionários para tratar da emprei-
t ad a , m a s, como s ó c io “2 .0 0 0 e q u a lq ue r co i s a” do
FC Por to e “do e nte” p e lo clu b e, s e nte u m e nor me
“prazer” em tomar conta do trabalho. “São as mi-
nhas férias. Sou velho mas tenho e spírito de jovem
e s o u a c a r i n h a d o p o r e s t a ge nte ” , a s s u m e. Já h á
ce rca de 1 5 a nos q ue e st á pre s e nte ne st a fa s e d a
é p o ca e, p or i s s o, q u a ndo no a no p a s s ado e steve
au s e nte, a p e rg u nt a q ue m a i s s e o uv i a e ra : “ E ste
a no o s e n hor Ad r i a no n ão ve m? ”.
5 golos marcados
É impossível não des tac ar
André Silva, que apontou três
dos cinco golos azuis e brancos
nos quatro jogos do estágio –
apenas não marcou frente ao
PSV, único encontro em que
o FC Porto ficou em branco.
Marcano e Corona apontaram
os outros dois golos.
13 treinos
Realizados em três campos
diferentes: o Stimbergstadion,
e m O e r- E r ke n s c h w i c k , n a
Alemanha; o Spor tCentrum
Kamen-Kaiserau, na Alemanha;
e um relvado em Oosterbeek,
na Holanda, perto do hotel
o n d e a c o m i t i v a e s t e v e
instalada para a participação
na FOX Sports Cup.
O profissionalismo que passou a marcar esta ta-
refa é exemplificativo do cre scimento da logística
e exigência do clube. “Inicialmente mandávamos
a produção e era o staff do FC Porto que a mon-
t ava. E ra me i a dú z i a de p a i né i s e v i n h a t udo no
au to c a r ro d a e q u i p a. A go ra fa z e m q u e s t ã o q u e
sejamos nós a montar, porque há muita publici-
dade e acompanhamos os j ogos”, explica Adriano
Mout i n ho, q ue fo i acomp a n h ado n a A le m a n h a e
Holanda por Francisco Allen, de 66 anos.
para ver ao vivo algum j ogo. “S ofre-se um bocado
à distância com os re sultados. Tenho trabalho em
o b ra s p o r to d a a A le m a n h a , m a s ve j o s e mp re os
j ogos na Internet, onde quer que e steja”, sublinha
João Gonçalves, picheleiro de profissão. Nos qua-
t ro j ogos do e st ág i o, ho uve s e mp re ce nte n a s de
emigrante s a acompanhar a equipa – e a alegria e
energia que demonstravam até mereceu um elogio
por parte do speaker da FOX Sports Cup.
O outro tipo de caça-autógrafos que frequentou a
Rua Jakob-Koenen – que liga o hotel aos campos de
treinos – é o dos verdadeiros profissionais. Trazem
pastas bem organizadas com autocolante s e fotos
dos jogadores: Casillas era um dos alvos mais ape-
tecíveis, mas e steve longe de ser o único. O casal
de namorados S ebastian Knoop e Angelina Japs
- ele adepto do Werder Bremen, sem memória dos
5 - 0 de 1994 , ela do B orussia Dortmund – são disso
exe mplo, ga ra nt i ndo q ue a s su a s cole çõ e s e ra m
apenas pe ssoais. Porém, não falta quem venda a
bom preço obj etos autografados: basta fazer uma
pequena pe squisa na Internet para o comprovar
e há até uma associação que comprova a legitimi-
dade dos autógrafos.
estágio
Média de 21
jogadores
utilizados por jogo
Nuno Espírito Santo adotou a
rotatividade nos encontros de
preparação, dando minutos
e o p o r t u n i d a d e s a q u a s e
todos e evitando o desgaste
excessivo. Frente ao Vitesse
foram utilizados 19 jogadores
(o mínimo), enquanto frente a
Ösnabruck e Bayer Leverkusen
atuaram duas equipas ( 22
jogadores).