Dragões - 201701

(PepeLegal) #1
REVISTA DRAGÕES janeiro 2017

A caminhada no campeonato foi travada
com um empate em casa do Sporting. Já
consegue perceber se foi um ponto ganho
ou se foram dois perdidos?
Ainda não. Já me pareceram dois perdidos,
agora até já me parece mais um que foi ganho. É
difícil. Só quando terminar o campeonato dará
para ver melhor o que se passou, mas também
continuo a pensar que este campeonato
pode ser perdido frente a equipas tidas
como não candidatas. Por isso digo que este
campeonato vai ser ganho pela equipa mais
forte mentalmente.


Depois disso há uma resposta muito afirmativa
da equipa: Oliveirense e Barcelona, em casa.
É verdade, estes dois jogos coincidem com
as nossas melhores semanas a nível geral.
Rendimentos individuais e coletivos não são
um acaso, mas sim um reflexo do bom trabalho
de uma equipa muito focada. Reconheço que
fizemos jogos muito bons a nível coletivo, mas
também sei que, se trabalharmos, os melhores
ainda estão para vir. É preciso repetir esses
bons jogos durante muitos fins de semana para
atingirmos aos nossos objetivos.


Após a paragem do Natal assistimos
talvez ao pior jogo do FC Porto, frente
ao Benfica. Concorda?
Passámos do melhor jogo para o pior,
seguramente. Conhecíamos o adversário,
trabalhámos os pormenores para esse jogo,
mas acabou por correr tudo mal. Ficámos
tristes pelo resultado, pela imagem que
demos e pelos nossos adeptos. Tudo que
trabalhámos para o jogo ficou num mau
plano. Não foi por perder com o Benfica,
mas sim da maneira como perdemos. E,
quando isso acontece, levantam-se alguns
fantasmas do passado.

Essa exibição condicionou também o
jogo em Barcelona?
Creio que sim. A equipa ficou com
algumas dúvidas e isso prejudicou-nos.
Ainda que possa parecer uma derrota
normal, deixou-me insatisfeito, mesmo
sabendo que foi no Palau Blaugrana
contra o Barcelona. O positivo é que esse
jogo serviu para voltar a unir a equipa e
para os jogadores voltarem a acreditar no
trabalho.

Que balanço faz da época até ao momento?
A nota é boa, mas nunca excelente. Sinto
que podemos melhorar muito, individual e
coletivamente. Já fizemos jogos bons, mas estou
em crer que os melhores ainda estão para vir.
Queremos chegar a um nível mais alto do que o
da época passada e do que já mostrámos nesta.
Só pensando jogo a jogo podemos chegar ao
final com a opção de vencer o campeonato e a
Taça. Na Liga Europeia, o FC Porto já não ganha
há tanto tempo que para já só pensamos no
Mérignac e nos três pontos que nos assegurem
a passagem aos quartos de final. Também aqui
vamos dar um passo de cada vez.

A segunda metade da época abre uma
nova competição, que é a Taça de Portugal.
Competir mais e treinar menos tem mais de
positivo ou de negativo?
Para mim, quanta mais competição, mais
motivação, apesar de representar um stress
maior. Tenho gosto pela competição. Com o
nosso plantel, com as nossas condições de
trabalho, não nos podemos nunca queixar do
calendário. Que chegue rápido a Taça é o meu
desejo.

“Reconheço que fizemos
jogos muito bons a nível
coletivo, mas também
sei que, se trabalharmos,
os melhores ainda
estão para vir.”

Os adeptos também
decidem
Concluída a primeira metade da
temporada, Guillem Cabestany vê-se
num campeonato muito equilibrado,
repleto de qualidade, e aponta o fator
psicológico como decisivo para que uma
das quatro candidatas ao título leve a
melhor sobre as demais: “A equipa que
se mantiver mais concentrada durante
mais tempo será a que vai ganhar no
final”, perspetivou o treinador, que
salientou ainda o papel dos adeptos
na decisão. “Trabalhamos muito para
que eles se sintam orgulhosos de nós,
sentimento que acaba por ser recíproco,
porque se isso acontecer é sinal de
que estamos na luta”, concluiu.
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