Dragões - 201704

(PepeLegal) #1

HÓQUEI EM PATINS #45


REVISTA DRAGÕES abril 2017

corra sempre para recuperar e para atacar,
que seja agressivo nas tabelas e nos duelos
individuais... e é muito difícil um jogador fazê-
lo no máximo por mais de 15 minutos”.
Se é um espetador atento da equipa de hóquei
do FC Porto, então acabou de encontrar a
explicação para entender uma das imagens
de marca da liderança de Guillem Cabestany:
a rotatividade da equipa durante os jogos.


DE OLHO NOS SEUS
A tarefa de procura e captação de potenciais
novos talentos é uma das funções de uma
equipa técnica. E esse ponto tem também
muito que se lhe diga. Vamos, de novo,
por partes. Em primeiro lugar é preciso
perceber que não basta a qualidade para
ser automaticamente um alvo do FC Porto.
Lau respondeu-nos em forma de pergunta:
“O que nos acrescenta trazer um jogador
muito bom com características exatamente
iguais a outro que já temos na equipa? Isso
vai ser positivo?”. E concluiu a ideia: “Isto para
dizer que não procuramos um jogador, mas
sim o jogador que se enquadre no plantel de
elite que já temos. Procuramos alguém que
preencha determinadas lacunas, mas, como é
evidente, nunca nos passa pela cabeça trazer
para esta equipa um jogador que não seja de
nível mundial”.
Por isso, mais do que procurar novos jogadores,
o trabalho da equipa técnica baseia-se na
análise interna. O objetivo é melhorar de dia
para dia as ações dos que já cá estão e tentar
perceber quais são os jogadores indicados
para dar a resposta certa em determinados
contextos. Eis a explicação do catalão: “A
estatística não responde a tudo. Este jogo
vai muito além de contar o número de bolas
recuperadas, de remates e de bolas que
entram na baliza. Temos que perceber o que
está imediatamente antes e depois disso. Um
jogador pode rematar 30 vezes e marcar dez,
mas se esses 30 remates custarem 20 contra-
ataques perigosos para a nossa baliza não é
uma estatística muito favorável, pois desses
20 podemos sofrer 15. No fundo, queremos
ter o máximo de controlo e informação sobre


“A ESTATÍSTICA NÃO
RESPONDE A TUDO.
ESTE JOGO VAI MUITO
ALÉM DE CONTAR O
NÚMERO DE BOLAS
RECUPERADAS, DE
REMATES E DE BOLAS
QUE ENTRAM NA
BALIZA. TEMOS QUE
PERCEBER O QUE ESTÁ
IMEDIATAMENTE ANTES
E DEPOIS DISSO.”

como funcionam os cinco que estão
em campo, sabendo de antemão
que com alguns jogadores fazemos
mais faltas, com outros criamos mais
oportunidades de um dois para um e
com outros sofremos menos contra-
ataques”, concluiu.
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