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Lilian Graziano é psicóloga e doutora em Psicologia pela USP, com curso de extensão
em Virtudes e Forças Pessoais pelo VIA Institute on Character, EUA. É professora
universitária e diretora do Instituto de Psicologia Positiva e Comportamento,
onde oferece atendimento clínico, consultoria empresarial e cursos na área.
IMAGENS: 123RF / ACERVO PESSOAL [email protected]
Um dia, após ouvir mais um dos
meus sermões de engajamento, ela me
disse que o fato de sermos ambas in-
TELIGENTES NÎO ERA SUlCIENTE PARA SU-
plantar a profunda diferença que havia
entre nós: escolhas. “Você é uma aluna
brilhante porque não tem escolha”, dis-
se-me Ana com uma dureza quase ele-
gante. “Nunca lhe ocorreu que o con-
forto pode também ser uma maldição?
Uma gaiola dourada que nos impede de
alçar voos?” Não. Tendo crescido em
uma família de recursos limitados, eu
nunca havia pensado no conforto nes-
ses termos, de forma que aquela frase
me trouxe uma nova perspectiva. Con-
TINUAMOSAMIGASATÏOlNALDOCURSO
e depois disso nossas vidas tomaram
rumos diferentes. Nunca mais soube da
!NA0ORÏMDIADESSESAOREmETIRSO-
bre o cenário de crise econômica que
temos enfrentado, algo me fez resgatar
essa história de mais de vinte anos. E
isso tem a ver com a gaiola dourada.
Estabilidade econômica gera gaiolas
DOURADAS1UElQUECLAROQUENÎOSE
trata de fazermos, aqui, a apologia da
crise. Todos os esforços para a promo-
ção do crescimento econômico podem
e devem ser empreendidos. Mas às ve-
zes, a despeito dos esforços, a crise nos
pega de jeito: menos clientes, menos
trabalho, desemprego. Tempos som-
brios que trazem tristeza, medo, ansie-
dade, e tantas outras legítimas emoções
desagradáveis de sentir, sobre as quais
não pretendo me deter neste texto. O
VIVEMOS RECLAMANDO NÃO TER TEMPO
PARA FAZER O QUE GOSTARÍAMOS. O PERIGO
É QUE O SOFRIMENTO NOS PARALISE
E NOS TORNE CEGOS PARA AS OPORTUNIDADES
QUE A CRISE É CAPAZ DE TRAZER
perigo é que o sofrimento nos paralise e
nos torne cegos para as oportunidades
que a crise é capaz de trazer.
Consideremos a questão do tempo.
Vivemos reclamando não ter tempo
para fazer o que gostaríamos: escre-
ver um livro, fazer jardinagem ou um
trabalho voluntário. De repente os
clientes rareiam, o volume de trabalho
diminui ou, por causa de uma demis-
são, vai a zero. E então o que fazemos?
Passamos parte do tempo tentando
resgatar os clientes e o trabalho, é cla-
ro! Mas ainda assim, enquanto eles não
vêm, nos sobra tempo. E o que faze-
mos com ele? Nada.
Mas felizmente há aqueles que,
compulsoriamente expulsos da gaiola
dourada, ousam o voo.
De acordo com o levantamento da
Associação Brasileira de Startups, o nú-
mero de startups no Brasil teve um cres-
cimento de 40% no período de junho de
2015 a junho de 2016 e, de acordo com
a mesma entidade, esse número não
para de crescer. Isso porque, felizmen-
te, existem aqueles que, diante da perda
de um emprego, preferem, ao invés de
se jogar pela janela (sim, há aqueles que,
literalmente, o fazem), se jogar no mer-
cado, aproveitando o que minha amiga
Ana talvez chamasse de “falta de esco-
lhas” para ir atrás de seus sonhos. Sim,
até mesmo a crise tem seu lado positivo
e percebê-lo pode ser, mais do que uma
questão de sobrevivência, uma oportu-
nidade para a realização.
Gerenciamento
13º Curso de
do Stress
comcertificaçãointernacional
Congresso de Stress da ISMA-BR
(International Stress Management Association)
Fórum Internacional de Qualidade
de Vida no Trabalho
Encontro Nacional de Qualidade
de Vida na Segurança Pública
Encontro Nacional de Qualidade
de Vida no Serviço Público
Encontro Nacional de Responsabilidade
Social e Sustentabilidade
17º
19º
9º
9º
5º