http://www.portalcienciaevida.com.br psique ciência&vida 25
Sofia Bauer possui título de especialista em Psiquiatria pela ABP. É hipnoterapeuta, com formação na
Fundação Milton H. Erickson, AZ, tem especialização em Psicologia Positiva, com Tal Ben-Shahar, em Nova
York. Entre os livros lançados estão O Salto do Coração – a Cura por Meio do Amor em um Salto Quântico
e Roteiros de Hipnoterapia, ambos publicados pela Wak Editora.
IMAGENS: SHUTTERSTOCK
A empatia é mãe
das emoções
positivas. Colocar-se
no lugar do outro,
sentir o que ele
sente é fundamental.
Até mesmo no
trânsito é possível
observar isso
V
ocê já imaginou a se-
guinte cena: uma crian-
ça ser chamada de feia,
gorda, baixa, magrela,
idiota, burra, colorida,
chocolate, ferrugem ou gigante? Será que
alguém gosta quando recebe uma crítica
ferrenha? Certamente que não. E com
um adulto é diferente? Também não.
O preconceito é algo danoso à vida
humana. Inclusive tido como ato ile-
gal, um crime. É preciso mudar isso rá-
pido, pois essa situação está tornando o
ser humano segregado e infeliz a cada
dia que passa.
Em princípio todo ser humano é
bom. Não importam cor, aparência,
intelecto, religião ou país de origem. E
onde fica o amor? Pois é exatamente o
amor que nutre a natureza das pessoas.
O amor pode curar tudo. A empatia é
mãe das emoções positivas. Colocar-se
no lugar do outro, sentir o que ele sente
é fundamental. Até mesmo no trânsito
é possível observar isso. Quem já não
deu uma fechada em alguém ou fez al-
guma “barbeiragem”? Via de regra, se
alguém faz isso, já é rotulado de igno-
rante, ou então surge a indagação: “não
vê por onde anda”? Será que não foi só
um momento de vacilo, um descuido,
um cansaço? E saímos ofendendo um
ser humano bom.
Todo mundo nasce amoroso e tem
em seus princípios naturais a tendência
a se relacionar, fazer amizades e cuidar
do outro com carinho, como deseja ser
cuidado. Mas o que está acontecendo
nesse mundo? Preconceito, disputas,
rivalidades, mau humor, brigas, guer-
ras. Por quê?
Porque parece que todo mundo
quer o “seu mundo” como prioridade.
Escolhe sua religião como a melhor,
seu partido político como o melhor,
sua cor, seu negócio etc. O ser humano
necessita de mais amor e mais alegria.
A vida é reabastecida por essa energia
maravilhosa. Gentilezas e generosida-
de podem refazer a energia das pessoas.
O Butão, um país tão pequenino
lá no Oriente, preza pelo nível de fe-
licidade interna de sua população, o
FIB – Felicidade Interna Bruta. Não
pelo Produto Interno Bruto (PIB),
como nos outros países, para ver seu
desenvolvimento.
A vida de hoje coloca as pessoas
numa corrida desenfreada pelo consu-
mo. Todos querem ter algo mais e me-
lhor. Por isso, trabalham mais horas e se
dedicam a TER. Deveriam se dedicar
mais a SER, como no Butão. A vida seria
mais prazerosa e educaríamos as crian-
ças do futuro com mais amor.
Será que ninguém vê que se estão
criando crianças para um mal maior,
cada vez mais com preconceitos, dife-
renças, agressividade, falta de amor e
guerras? As crianças que se desenvol-
vem num meio amoroso e que recebem
elogios verdadeiros de seus pais e edu-
cadores são mais fortes e resilientes às
dificuldades do futuro.
A autoestima se baseia no amor
próprio. Num primeiro momento ela
vem de fora. Vem dos pais que aben-
çoam com seu amor e carinho, que
dizem que amam seu filho, que o tra-
tam bem. A criança deve crescer rece-
bendo elogios em suas habilidades, em
suas conquistas. Desde a mais básica,
como conseguir balbuciar as primeiras
palavras, bater palmas, entender o sig-
nificado das coisas. Isso ainda em seu
primeiro ano de vida.
E segue assim. Recebendo elogio
porque andou sozinha, comeu com as
próprias mãos, tomou banho sozinha,
deu o laço no sapato, andou de bicicleta
com rodinha, sem rodinha, aprendeu a
escrever seu nome etc. Uma criança
que recebe elogios e carinho se abas-
tece de autoestima primária. Enxerga
a si mesma através do amor e cuidados
dos pais. Ela se vê como especial e quer
mais elogios. Pois como se abastece
dos mesmos, os elogios se tornam o
alimento que faz a autoestima crescer.
Amor
Q
uem quiser que seu filho tenha
uma vida com mais condições
de lutar pelas oportunidades, em meio
aos obstáculos, deve cuidar bem dele.
Dar amor! O cuidado básico e o elogio
verdadeiro criam na criança uma auto-
confiança. Ela se vê uma pessoa baca-
na. Para isso bastam atitudes simples:
colocar no colo, falar “eu te amo” sem-
pre, fazer carinho, elogiar as pequenas
habilidades conquistadas, mostrar os
talentos natos que a criança pequena
tenha. O caminho das pedras se baseia
no amor e no apreciar.
Uma criança que foi elogiada quan-
do pequena enfrenta muito melhor
qualquer adversidade. Ela é mais se-
gura. Ela sabe que pode dar conta das
coisas. Em contrapartida, o contrário é
significativo. No mundo de hoje, com
tantas dificuldades, pais que não têm
tempo de cuidar bem de seus filhos, que
sofrem de ansiedade, depressão ou coisa
pior como poderão abastecer seus pe-
quenos de amor?
Uma mãe deprimida não elogia,
não investe em seu filho. Pais mui-
to atarefados podem chegar em casa