http://www.portalcienciaevida.com.br psique ciência&vida 57
Quanto mais se
guardam mágoas,
ódio e raiva... são
essas emoções que
poderão desencadear
o sintoma do câncer.
Por isso que toda
manifestação dele
não é fruto do acaso,
mas sim de um
método que se criou
para a sua origem
toda manifestação dele não é fruto do
acaso, mas sim de um método que se
criou para a sua origem. Quanto mais
olharmos para a realidade, nas quais o
amor, o afeto e a alegria são o motor
imóvel da existência, mais o humano
terá uma visão diferente de si próprio.
O enfoque da Psicanálise
É
no corpo físico que se manifes-
tam os desajustes daquilo que
não está bem. Por isso, ao entrar na
realidade do câncer, se percebem esse
desequilíbrio e desarmonia, que se
introjetam sobre o organismo. É no
corpo humano que se manifestam as
emoções autodestrutivas, ódio, raiva,
medo e angústia, que desenvolvem
um processo destrutivo, causando,
nesse caso, o câncer.
Ao desejar a vida, estão se dese-
jando a biofilia, o amor, a felicidade e a
saúde. Ao desejar a morte, se desejam
a necrofilia, raiva, inveja, revolta, ódio
e a doença. Estes desencadeiam uma
reação negativa em cada órgão do cor-
po. Para Chris Griscom, “não somos
apenas um organismo físico concreto.
Somos uma tapeçaria viva e dinâmica
de diversos corpos entrelaçados para
facilitar uma integração de realidades
experienciais, sensoriais e dedutivas
muito complexas. São os corpos físi-
cos, mental, espiritual e emocional”
(Griscom, 1997, p. 17).
A somatização das doenças no
corpo, especialmente o câncer, está
condicionada a diversos fatores, tais
como modo de vida, estresse, soli-
dão, raiva, ódio, inveja e depressão;
são realidades que poderão condi-
cionar o sintoma do câncer. Por isso
que “a doença se manifesta nessa cir-
cunstância, porque não está havendo
o equilíbrio e harmonia no eixo ener-
gético do pensar, sentir e agir” (Ben-
to, 2000, p. 122).
Como a Psicanálise poderá tratar
a doença do câncer? Quando o pacien-
te na clínica vem com esse sintoma, o
IMAGENS: 123RFprimeiro passo é buscar a sua origem.
Assim, ao mergulhar nessa realidade,
na qual ela se predispuser a fazer um
trabalho profundo e buscar no seu in-
consciente os motivos que a levaram a
criar essa doença, com certeza vai rea-
lizar o processo de harmonia e equilí-
brio de sua energia psíquica.
Partindo dessa verdade, Maria
Margarida M. J. de Carvalho afirma
que, “segundo Hunghes (1987), o cân-
cer provavelmente não tem uma única
causa, mas uma etiologia multifatorial,
isto é, vários fatores precisam operar
juntos na mesma pessoa para produzir
a doença” (Carvalho, 1994, p. 281).
Assim, é possível entender que o
sintoma do câncer necessita de muitos
fatores para que possa se manifestar.
Como um processo psicossomático,
introduz um desejo autodestrutivo
sobre o organismo, causando, com
isso, o desequilíbrio.
O que se quer firmar é que, para de-
sencadear a doença, necessitaram-se
de um impulso e um método, este cria-
do inconscientemente pela pessoa.
REFERÊNCIAS
BOLZAN, Eloi Antonio. Um Estudo de Caso: o Câncer na Ótica da Psicanálise. Santa Maria: ITPH, 2003.
BENTO, Zuleica Monteiro. Renascendo na Luz. Porto Alegre: Editora Alcance, 2000.
CARVALHO, Maria Margarida M. J. (Coord.). Introdução à Psiconcologia. Campinas: Editora Psy II, 1994.
DAHLKE, Rüdiger; Thorwald, Dethlefsen. A Doença como Caminho: uma Visão Nova da Cura como
Ponto de Mutação em que o Mal se Deixa Transformar em Bem. Tradução: Zilda Hutchinson Schild.
São Paulo: Cultrix, 1999.
GRISCOM, Chris. O Ego sem medo: a cura pela emoção. São Paulo: Editora Siciliano, 1997.
PEREIRA, Salézio Plácido. Psicanálise: a Interpretação dos Sintomas Psicossomáticos. Santa Maria: ITPOH, 2010.
O sintoma psicossomático desencadeia uma reação aniquilando com tudo o que gera a vida e, em
consciência disso, a pessoa vai se apagando, se autodestruindo