Quando eu tinha três anos, eu ouvia Daniel no rádio e
conhecia todas as suas músicas – apesar de ter
problemas de fala na época, já cantava todas - , era
apaixonada pela voz dele. Um dia, passeando por uma
loja de brinquedos, peguei um coelho de pelúcia e minha
mãe avisou:
- Não é Natal e nem Dia das crianças, pode devolver.
Eu falei com imponência: - Não é para mim, é para o Daniel.
- Que Daniel, Geovana?
- O cantor.
Sem querer prologar a discussão, ela o comprou. Então
no rodeio de Indaiatuba do mesmo ano, ele ia se
apresentar e eu invoquei que queria conhecê-lo.
Meus pais costumavam comprar camarote, que tem as
divisões mas são conectados por um corredor onde se
pode andar livremente. No dia anterior ao show do Dani,
eu falei para meus pais: - Eu vou procurar alguém que me leve conhecer o Daniel.
Eles não se abalaram, já que a festa costumava ser em
um local seguro.
Passei de camarote em camarote pedindo para as
pessoas me levarem até ele. Mais tarde voltei ao lugar
de origem de mãos dadas a um homem, minha mãe já
foi se desculpando pelo meu incômodo e ele a
interrompeu: - Eu não entendo direito o que ela fala, mas que história
é essa de coelho para o Daniel ?!