Ana Maria - Edição 1185 (2019-07-04)

(Antfer) #1
Você é vaidosa?
Por sorte ou azar, o Ary não gosta
que eu mexa em nada em mim.
Ele sempre diz: “Veja a beleza de
Fernanda Montenegro, Nathalia
Timberg, Bri Fiocca e tantas
outras que a gente admira. Para
que mexer se nascemos assim?”.
Agora, o que fazemos para ter
uma vida saudável é segredo de
estado [risos]. Mas acreditamos
que um dos grandes segredos da
vida é não ser egoísta, mesquinho,
orgulhoso, vaidoso e invejoso.

Como você e o Ary se
conheceram?
Foi em 1979, no Teatro Ruth
Escobar. O Ary tinha ido fotografar
a peça A Noite dos Assassinos.
Ficamos amigos e conversávamos
sobre tudo. Até que, um dia, a
gente se conheceu melhor e, sem
planejar, fomos ficando, ficando...
e estamos ficando até hoje.
Quando olho pra trás, viveria tudo
outra vez com Ary.

Quando foi o casamento?
Nos casamos no papel há apenas
três anos. Vivemos em pecado
por 37 anos, é a maneira que
gostamos de viver [risos]. Nossa
lua de mel foi de papel picado nas
maratonas de 31 de dezembro. Era
nossa diversão preferida. Nunca
fomos muito ligados em rituais
mais convencionais.

Ary, como é a Rosi mulher,
dona de casa e mãe?
Ary: Ela é uma mãe Sherlock
Homes, sempre sabia onde
encontrar Pedro, nosso filho, nas
madrugadas da adolescência.
Parece mãe judia de tão protetora.
Mas Rosi é assim com todos de
que gosta e se sente amiga.

O que gostam de fazer?
Gostamos de não fazer nada
[risos]. Vemos filmes, compramos
livros, vamos ao teatro... Estamos
com os netos todos os dias,
vamos ao mercado... Adoro andar
de metrô, ver as pessoas, o modo
de andar delas. Os personagens
que o ator busca está nas ruas,
ônibus, metrôs, supermercados...
O ator não pode se isolar no hotel
quando viaja. É preciso conhecer
as pessoas de cada cidade. Só
assim conseguimos acrescentar
algo à nossa trajetória.

Qual a reação das pessoas
quando veem você no metrô?
Querem saber, em geral
mulheres, se sou aquela atriz, Rosi
Campos, a Bruxa Morgana, do
Castelo Rá-Tim-Bum, a Mamuska
da novela Da Cor do Pecado. Ao
dizer que sim, me perguntam
se atriz anda de metrô. Eu ando
e prefiro. Às vezes, o Ary está
livre para me levar de carro, mas
prefiro metrô. Andar, que é uma
maneira de fazer exercício e me
relacionar com os outros.

E como reage à abordagem?
Sou como Miguel Falabella,
gentil, educado e atencioso com
quem fala com ele na rua. O ator
representa o universo, a fantasia,
os sonhos das pessoas e, portanto,
não pode ser grosseiro com o
público. Não adianta ter um
discurso político, cultural e social, e
ser agressivo quando abordado por
quem nos admira.

Você e o Ary cozinham?
Dora é meu anjo da guarda. Sou
péssima na cozinha. Ary é ótimo
pipoqueiro. Não sobra um piruá
na panela.

O que gostam de comer?
Arroz macro, feijão-preto, linguiça,
couve-flor e farofa. Dora é mineira
como o Ary e ela faz a comida
de que gostamos. Não temos
frescura para comer. Aliás, comer
é um prazer! Todo sábado, o Ary
compra pizza margherita e conta
a mesma história: um parente
dele, Antonio Brandi, fez em 1790
a pizza margherita para a Rainha
Margherita e abriu uma pizzaria
em Nápoles chamada Pizzaria
Brandi. E todo mundo repete: “Já
conhecemos essa história”.

MARISA CAUDURO/TVCULTURA


DIVULGAÇÃO TV GLOBO

GLOBO/JOÃO MIGUEL JÚNIOR

A eterna Bruxa
Morgana do Castelo
Rá-Tim-Bum, exibido na
TV Cultura

Na Globo, com Caio
Blat, um dos filhos de
Mamuska, da novela Da
Cor do Pecado (2004)

Como Dodô de A Dona
do Pedaço: trabalho
atual ao lado do amigo
Marco Nanini

anamaria.uol.com.br

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