Ana Maria - Edição 1185 (2019-07-04)

(Antfer) #1
anamaria.uol.com.br

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Meu filho de 11 anos está acima
do peso e foi diagnosticado com
pressão alta. Fiquei assustada... Esse não
é um mal apenas de adultos?”
D. M., por e-mail

A hipertensão é um grave problema
de saúde pública em todo o mundo.
Nenhuma outra doença crônica é tão
comum. Estima-se que entre 25 e 30% da
população mundial adulta seja portadora
de pressão alta. Muito associada pelos
leigos com a velhice, na verdade, sabe-
se que em um número considerável de
casos ela se inicia ainda na infância ou na
adolescência. A maior parte dos hipertensos
não tem uma causa única evidente para o
seu aparecimento e, por isso, chamamos
o problema de “primário”. Uma parcela
pequena da população pode ter a forma
“secundária”, em que uma causa única é
identificada, tratada e o quadro eliminado
(“curado”). É fundamental que os médicos,
incluindo o pediatra, fiquem atentos para a
medida frequente e adequada da pressão.
Apenas nos últimos 40 anos, a questão da
hipertensão recebeu a devida atenção na
população de crianças e adolescentes, com
a publicação de normas e diretrizes para
sua avaliação. Suspeitando-se do mal, uma
investigação específica deve ser realizada,
levando em conta a idade da criança e
o grau de elevação da pressão. Só assim
o tratamento adequado pode ser realizado.
Além das causas, é preciso também se
preocupar com as consequências da doença
sobre os chamados “órgãos-alvo” (coração,
cérebro, rins, retina, entre outros). Situações
como o infarto agudo do miocárdio (IAM)
e o acidente vascular cerebral (AVC) têm
o problema como um importante fator de
risco. Encontrar precocemente os casos de
elevação persistente da pressão permite
realizar adequadamente a investigação
e o tratamento. O resultado é a diminuição
de mortes e outros males graves,
especialmente os cardiovasculares.

Envie suas perguntas para Abel Magalhães pelo e-mail [email protected]

Crianças e adolescentes


têm pressão alta, sim!


| Você e a garotada |


ABEL MAGALHÃES
Cardiologista e clínico
geral. Graduado em
medicina e residência
em clínica médica pela
Universidade Federal do
Rio de Janeiro; mestrado
em ciências da reabilitação
pela Rede SARAH;
mestrado e doutorado em
cardiologia pela Faculdade
de Medicina da UFRJ.

“Estima-se que entre 25 e
30% da população mundial
adulta seja portadora
de pressão alta. Muito
associada pelos leigos
com a velhice, na verdade,
sabe-se que em um número
considerável de casos ela se
inicia ainda na infância
ou adolescência”

Mudanças no
estilo de vida são
importantes para o
controle da doença:
redução de peso e
do consumo de sal,
açúcar, gordura,
carboidratos
(massas, pães, arroz,
batata), carnes
vermelhas e álcool.
A prática de
atividade física
deve ser liberada
pelo médico.

Sociedades médicas
de especialistas
recomendam que
todas as crianças
com 3 ou mais anos
de idade tenham
sua medida da
pressão arterial
realizada durante o
acompanhamento
médico pediátrico
regular. Importante
lembrar que,
mesmo abaixo
dessa idade, alguns
casos específicos
podem também
necessitar desse tipo
de avaliação.

Diagnóstico
precoce

Estilo de vida
saudável

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