Dossiê Superinteressante - Edição 404-A (2019-07)

(Antfer) #1
Lua? Em agosto eles revisaram a sequência, criando
a missão C' (C-linha), a ser executada pela Apollo 8.
Além de ser espetacular por si mesma – a primeira
viagem humana até os arredores da Lua –, ela tornava
a anga missão E supérflua, permindo manter o
cronograma mais ou menos no lugar.
Se em agosto parecia a coisa certa a fazer, imagine
em setembro, quando a União Soviéca lançou uma
cápsula L-1 (missão Zond 5) com duas tartarugas e
ouos bichinhos a bordo, numa missão circunlu-
nar que retornou à Terra, sã e salva? Os sistemas da
Apollo eram bem mais sofiscados, mas num jogo
que era tanto de aparências quanto de realizações,
teria sido um golpe e tanto se os primeiros humanos
a contornar a Lua fossem soviécos.
Para os americanos, a missão Apollo 8 seria a
definiva volta por cima. Mas os riscos não eram
poucos. Era o primeiro voo ipulado com um foguete
Sarn V. E havia um detalhe ainda mais perrba-
dor: dos dois únicos testes não ipulados realizados,
o lançador apresentou problemas consideráveis no
segundo – e exatamente ao fazer a manobra que teria
de ser conduzida agora, com ipulação.
Wernher von Braun, chefe da equipe responsável
pelo foguete, assegurou aos gerentes que os problemas
enfrentados na Apollo 6 haviam sido todos corrigidos
e que o veículo estava pronto.
No dia 21 de dezembro de 1968, o comandante
Frank F. Borman II e seus colegas, James A. Lovell
Jr. e William A. Anders, parriam da plataforma 39A
do Ceno Espacial Kennedy, na Flórida, naquela que
seria a primeira viagem ipulada ao redor da Lua.
Como promedo por Von Braun, o foguete funcionou
perfeitamente, e o io usou o motor do módulo de
comando e serviço para enar em órbita da Lua no dia
24 de dezembro de 1968. Lá, eles foram os primeiros
seres humanos a observar – e regisar – o nascer da
Terra visto das imediações lunares.
Em órbita lunar, os asonautas ansmiram suas
impressões do que podiam ver do solo. E, na véspera
de Natal, eles leram para seus espectadores os dez
primeiros versículos do Livro do Gênesis, da Bíblia.
E concluíram: “Da ipulação da Apollo 8, fechamos
com boa noite, boa sorte, um feliz Natal e Deus os
abençoe – todos vocês na boa Terra.” Foi a maior au-
diência televisiva da história na época – ansmissão
ao vivo para 64 países. Ouos 30 também exibiram,
mas numa veiculação aasada, no mesmo dia.
Para os asonautas, condo, ainda havia um dra-
ma a ser vivido: o motor do módulo de comando e
serviço teria de disparar corretamente para colocá-los
no caminho de volta à Terra. Se não funcionasse,
eles ficariam presos na órbita da Lua para sempre.
Felizmente, deu do certo, e a Apollo 8 fez um pouso
suave no Pacífico no dia 27 de dezembro.

E


ELA FOI A MISSÃO mais corajosa e ar-
riscada de todo o Projeto Apollo – a
primeira viagem de seres humanos para
fora do poço gravitacional de seu plane-
ta de origem, rumo a seu único satélite
naral. E nasceu parida de um aaso.
Em setembro de 1967, na esteira da
agédia da Apollo 1, os gerentes do pro-
grama lunar formataram uma sequência
de missões até o pouso, designadas por
leas. Eram elas:


A Voo não ipulado do módulo de co-
mando e serviço (CSM) com o Sarn V.
B Voo não ipulado do módulo lunar
(LM) na órbita baixa da Terra.
C Voo ipulado do CSM na órbita
baixa da Terra.
D Voo ipulado conjunto do CSM e
do LM em órbita baixa da Terra.
E Voo tripulado do CSM e do LM
simulando uma missão lunar a uma
órbita média de 6.500 km de alde.
F Voo tripulado do CSM e do LM
até a Lua, demonsando a técnica de
encono em órbita lunar.
G Primeiro pouso ipulado na Lua.


As missões Apollo 4 e 6 cumpriram
o objevo A, e a Apollo 5 deu conta
do objetivo B. A meta C veio com a
Apollo 7 e, em princípio, a Apollo 8
seguiria o roteiro do objevo D. Só que
o módulo lunar não estava pronto; o
veículo ainda enfrentava problemas de
desenvolvimento.
Como a necessidade faz a invenção,
os gerentes pensaram fora da caixinha



  • e se a Apollo 8 fosse só com o módulo
    de comando e serviço até a órbita da


De 21 a 27 de
dezembro de 1968.

Sim. A tripulação
se tornou a primeira
a viajar até a órbita
da Lua e voltar.

EMBLEMA

DURAÇÃO

TRIPULANTES

DEU CERTO?

Frank F. Borman II
James A. Lovell Jr.
William A. Anders

DOSSIÊ SUPER 25

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