Dossiê Superinteressante - Edição 404-A (2019-07)

(Antfer) #1
e serviço, colocando-o numa órbita cujo ponto mais
baixo esvesse a apenas cerca de 16 km da Lua. Dali,
o Falcon (nome dado ao módulo lunar da Apollo 15)
poderia se desprender do Endeavour e realizar uma
alunissagem consumindo menos combustível.
O novo módulo lunar agora podia manter os as-
onautas na Lua com segurança por até ês dias, o
que permiria a realização de ês caminhadas. E o
melhor de do: num comparmento externo, todo
dobradinho, viajava um jipe, o Lunar Roving Vehi-
cle (LRV). Movido a bateria, ele aumentaria muito o
alcance da exploração conduzida pelos asonautas.
A alunissagem aconteceu em 30 de julho e, antes
da primeira caminhada, Scott faria um procedimento
novo: ele abriria a escolha superior do Falcon (nor-
malmente usada somente quando acoplado ao módulo
de comando) e olharia de cima para os arredores, a fim
de planejar melhor as viagens dos próximos ês dias.
No começo da primeira caminhada, eles desceram
e armaram o LRV para a primeira avessia lunar
sobre rodas. Por alguma razão, as rodas da frente
não queriam virar, mas as de ás, que também eram
esterçáveis, deram conta. Scott e Irwin fizeram uma
longa volta colhendo amosas e retornaram às proxi-
midades do Falcon para instalar os insumentos cien-
tíficos. Passaram 6 horas e 32 minutos abalhando.
Na segunda saída, eles passaram mais 7 horas e 12
minutos explorando, e desta vez, sem explicação, as
rodas frontais do LRV resolveram cooperar. O objevo
era chegar ao Delta do Monte Hadley. As ansmissões
vindas da Lua indicavam que Scott e Irwin estavam
se diverndo para valer. A úlma avidade do dia
foi fincar a bandeira americana no solo.
Para o terceiro dia, 2 de agosto, mais 4 horas e 49
minutos do lado de fora do Falcon, com uma série de
avidades. Scott carimbou selos para o correio ame-
ricano e, diante da câmera, realizou um experimento
soltando uma pena e um martelo da mesma alra,
ao mesmo tempo, para verificar que, como predisse
Galileu no século 17, ambos caíam com a mesma
velocidade, a despeito de terem massas diferentes.
Os asonautas também deixaram uma placa me-
morial dedicada a todos os asonautas e cosmonautas
que pereceram na corrida para a Lua e Scott deixou
uma Bíblia sobre o painel do LRV, que permaneceria
por lá após a parda deles. O odômeo marcou 27,9
km percorridos, com um total de 19 horas e 7 minutos
de avidades exaveiculares, e pouco mais de 68
horas “morando" na Lua.
O retorno dos asonautas à Terra, com 77 kg de
rochas, aconteceu em 7 de agosto, com um pequeno
susto – um dos ês paraquedas da cápsula falhou.
Mas o pouso no oceano pôde ser feito em segurança
com dois deles, concluindo com sucesso a primeira
missão de longa duração em solo lunar.

De 26 de julho a
7 de agosto de 1971.

Sim. A missão provou
que era possível
passar três dias na
Lua e demonstrou
o uso do jipe lunar.

EMBLEMA

DURAÇÃO

TRIPULANTES

DEU CERTO?

David R. Scott
Alfred M. Worden
James B. Irwin

A


ALÉM DAS MISSÕES de po H, pouso
de precisão, a Nasa imaginava conduzir
as de po I, que envolviam a instalação
de insumentos de observação no mó-
dulo de serviço das naves, e as de po
J, que, além dessas capacidades orbitais
avançadas, permiriam maiores esta-
dias e mais mobilidade na superfície. A
Apollo 15 seria a primeira viagem lunar
com o perfil dos pos I e J.
Em 26 de julho de 1971, o coman-
dante David R. Scott (em seu terceiro
e úlmo voo) e os novatos pilotos do
módulo de comando, Alfred M. Worden,
e do módulo lunar, James B. Irwin, par-
ram rumo a uma região montanhosa
da Lua, Hadley-Apennine, mais especi-
ficamente um vale a oeste dos Montes
Apenninus e a leste da Rima Hadley, um
sulco produzido por angos processos
vulcânicos na superfície lunar.
O lançamento anscorreu sem so-
bressaltos e, uma vez que a Apollo 15
já estava a caminho da Lua, o terceiro
estágio do Sarn V foi direcionado a
impactar cona o satélite naral, de
forma a gerar um “selenomoto” (terre-
moto lunar) para os sismógrafos ins-
talados nas missões Apollo 12 e 14. (O
sismógrafo da Apollo 11 havia pifado
em agosto de 1969.) O procedimento de
impactar o terceiro estágio do Sarn
V, por sinal, já havia sido realizado pela
Apollo 13, no que foi o único resultado
científico gerado pela missão na Lua.
Para as missões J, o módulo lunar es-
tava mais pesado, o que exigia que parte
da manobra de descida fosse realizada
em conjunto com o módulo de comando


DOSSIÊ SUPER 43

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