Dossiê Superinteressante - Edição 404-A (2019-07)

(Antfer) #1
enviou seu primeiro orbitador lunar, a
Smart-1. A Jaxa (agência espacial japo-
nesa) enviou o seu, Selene, em 2007,
mesmo ano em que os chineses lança-
ram o deles, Chang'e 1. Em 2008, foi a
vez dos indianos, com a Chandrayaan 1.
Em 2010, a China voltou à carga com
a Chang'e 2 e, em 2013, tornou-se o
terceiro país a fazer um pouso suave
na Lua, com a Chang'e 3. A ousadia
aumentou com a Chang'e 4, que realizou
o primeiro pouso suave da história no
lado oculto da Lua, em janeiro de 2019.
O grupo israelense SpaceIL tentou
realizar o primeiro pouso privado na
Lua, que falhou por pouco em abril.
Mas vem mais por aí. Ene países e
empresas, podemos esperar espaço-
naves indianas, chinesas, alemãs, sul-
coreanas, russas, japonesas e até uma
brasileira – a Garatéa-L, missão privada
coordenada pelo engenheiro espacial
Lucas Fonseca. A um custo de US$ 10
milhões, ela deve ir à órbita da Lua no
início da próxima década.
Achar que, após a primeira onda,
toda essa gente vai perder o interesse
é improvável. Os chineses já falam em
pouso ipulado ao redor de 2030.
Todas essas expedições terão um
foco importante em ciência. Mas, se
os foguetes de alta capacidade (como
o Starship-Super Heavy, da SpaceX) se
tornarem uma realidade, não há por que
acreditar que as únicas razões para ir
à Lua serão científicas. Jeff Bezos acha
que o único modo de proteger a Terra
é ir levando, ao longo de gerações, toda
a indúsia pesada para o espaço.
Não dá para imaginar indústrias
aproveitando incenvos fiscais para
se instalar na Lua nos próximos 50
anos. Mas e nos próximos 100? E nos
próximos 500? Quando nos damos
conta de que o furo diante de nós
não tem um prazo final, do se torna
possível. É só a gente querer. Bora bater
um fuba lunar?

A SpaceX espera viabilizar a construção
de uma base lunar como esta com
seus veículos Starship-Super Heavy.

Fotos: divulgação/ESA, SpaceX


OS


PRIMEIROS


LUNARIANOS


TERÃO


DE VIVER


ENTOCADOS,


PARA SE


PROTEGER


DA


RADIAÇÃO.


da terrese ansformaria uma das maiores prácas
de enetenimento da Terra em algo muito diferente
do que é. Morar em ouos mundos necessariamente
cria variações culrais, enriquece nosso repertório.
Então, a primeira coisa que dá para dizer que vai
acontecer quando houver pessoas morando na Lua é
que isso tornará a humanidade socialmente mais rica
e interessante. O ambiente na superfície é inóspito.
Os furos lunarianos viverão entocados, apenas de
vez em quando colocando um aje espacial para ca-
minhar pela superfície e apreciar a vista. As primeiras
habitações serão módulos acoplados na superfície e
depois recobertos por regolito – os pequenos grãos
de solo que recobrem a Lua –, a fim de obter prote-
ção cona radiação e micrometeoritos. Mais tarde,
podemos imaginar máquinas escavando túneis no
subsolo, criando uma vasta infraesura.
Por fim, podemos apostar que a exploração fura
da Lua será um empreendimento internacional. Foi-se
o tempo em que americanos e russos mannham o
monopólio dos orbitadores e dos módulos de pouso
lunares. Em 2003, a ESA (Agência Espacial Europeia)

DOSSIÊ SUPER 65

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