VIAJAR pelo Mundo 103O passeio pela pequena Chefchaouen
tem início na praça Uta el-Hammam,
com o azul começando a dar seus primei-
ros sinais. Ela é rodeada por restauran-
tes e cafés, onde imperam os onipresen-
tes tajines e as xícaras de chá de menta.
Junto fica a casbá, fortaleza medieval que
hoje guarda um museu etnográfico e uma
torre com vista panorâmica. A partir dali
começa o emaranhado de vielas típico de
qualquer medina, mas que, aqui, ganha a
leveza e o frescor do azul, das paredes aos
cestos de lixo, das escadarias aos postes.
Em meio a tudo isso, há sempre as tais
das portas fotogênicas, além de becos e
ruelas que arrancam suspiros a cada vira-
da de pescoço.
Por ser extremamente turística, a me-
dina de Chefchaouen é bem mais orga-
nizada e limpa que qualquer outra que
se verá no Marrocos. Aqui predominam
mais as lojas de artesanato e suvenires
do que as bancas de carnes, temperos e
vegetais. Dando ainda mais graça ao ce-
nário, sacos e mais sacos de pó colori-
do enfeitam a fachada das lojas. Não há
muito roteiro definido nem lista de luga-
res para ver: o negócio é se perder e ir
descobrindo cada cantinho. Na hora dafome, uma boa pedida é o riad Tissemlal
Casa Hassan, que tem restaurante e
quartos de hóspedes, com diárias a partir
de 700 dhs. À mesa, além do tradicional
tajine, chegam também os espetinhos de
carne e frango com arroz e salada. A por-
ta mais linda de Chefchaouen, aliás, ou-
so dizer que fica bem ali ao lado.
Conforme se deixam os muros da me-
dina, os olhos encontram outra surpresa: a
pequena cachoeira de Ras El Maa, aos pés
de paredões rochosos, onde os moradores
aproveitam para lavar a roupa e os turistas
se deleitam com a cafeteria que coloca su-
as mesas sobre a água. Nem só as portas
são fotogênicas por aqui, afinal.VISTA DA CIDADE AZULTURISTAS E LOCAIS SE MISTURAM NA MEDINAFotos: dsaprin/ JUAN ANTONIO ORIHUELA/ Shutterstock.com e Cristiane Sinatura
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