Viajar pelo Mundo - Edição 120 (2019-07)

(Antfer) #1
INDIANA JONES DO BRASIL
Desde que o coronel britânico Percy Harrison Fawcett leu o Documento 512 – Um Mapa
de uma Cidade Perdida, nunca mais tirou da cabeça a ideia de encontrá-la. Trata-se
do “único mapa conhecido de uma cidade perdida no centro do Brasil”, segundo a
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
A mente fértil daquele membro da Artilharia Real britânica ganharia ainda mais
elementos quando o escritor Henry Rider Haggard, autor do livro As Minas do
Rei Salomão, presenteou Fawcett com uma estatueta com letras desconhecidas,
adquirida pelo filho de Haggard, que havia morado, vejam só, no Mato Grosso.
Após uma preparação que durou três meses, Fawcett, seu filho Jack e um amigo
deram início, no dia 2 de abril de 1925, a uma viagem que não teria mais fim (pelo
menos nenhum dos três voltou para dizer se haviam encontrado a passagem para
Atlântida). Por anos, o desaparecimento misterioso inspirou longas incursões, como
a de Antônio Callado e o sertanista Orlando Villas-Bôas ao Xingu, onde haviam
encontrado, supostamente, a ossada do coronel.
Fawcett é considerado o “verdadeiro Indiana Jones”, por ter sido inspiração para a
criação do professor de arqueologia da franquia Indiana Jones, interpretado pelo ator
Harrison Ford sob direção de Steven Spielberg. A última investida no assunto aconteceu
no filme Z: A Cidade Perdida, com produção executiva de Brad Pitt e que estreou
despercebido no Brasil em 2017. Embora tentasse reconstruir a história de Fawcett nas
florestas do Mato Grosso, o longa foi gravado na Colômbia e na Irlanda do Norte.

de conquista e povoamento do interior
do Brasil, nos anos 1940.
Na mesma saída para o Vale dos So-
nhos, visitam-se também a Gruta da Es-
trela Azul, sítio arqueológico com inscri-
ções em alto-relevo, e o Arco de Pedra,
cujo acesso é por uma trilha de 300 me-
tros de comprimento, que leva o visitan-
te a um mirante natural sobre um pla-
tô com vista para esse cenário, extensão
da Chapada dos Guimarães.
Terra de mais de cem cachoeiras, a
Serra do Roncador termina o primei-
ro dia de visita nas Cachoeiras Gême-
as, duas gigantes de mais de cem metros
de queda que escorrem por paredões ro-
chosos, vistas apenas de longe, devido à
dificuldade de acesso.

AEROPORTO PARA
EXTRATERRESTRES
Localizada em uma área de transição
entre dois biomas, que um dia teria si-
do o fundo do mar, a Serra do Roncador
é daqueles destinos que não entediam.
Basta rodar alguns quilômetros para ver
uma vegetação mais baixa ganhar árvo-
res de dimensões exageradas nessa es-
pécie de portal para a Amazônia.
Em certas trilhas, é como ver Cerra-
do e Floresta Amazônica juntos, em

MIRANTE NATURAL DO ARCO DE PEDRA, NO VALE DOS SONHOS

TAMANDUÁ-BANDEIRA COM FILHOTE NO CERRADO

Fotos: Eduardo Vessoni

SERRA DO RONCADOR

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