38 REVISTA MELHORCAPA
A MELhor ExPEriÊNCiAApesar do avanço da tecnologia que vem caminhan-
do a passos largos, um dos desafi os que está diante da
área de RH é oferecer uma experiência agradável aos
gestores e colaboradores, como avalia Cleri Inhauser,
diretor de RH para América Latina da Nokia. “A digi-
talização da área vem caminhando rapidamente, mas
está longe de ser ideal. Conseguimos transformar mui-
tas das atividades do dia a dia em algo que o próprio
gestor pode fazer por meio de um aplicativo ou de uma
ferramenta interna, sem a necessidade de contatar al-
guém do RH. Mas, infelizmente, ainda temos um lon-
go caminho pela frente”, conta. “Os processos ainda
não são intuitivos, falta automação, simplicidade, fal-
tam ferramentas user friendly, assim como conectivi-
dade entre diferentes plataformas”, diz.
E Inhauser acrescenta, nesse movimento, alguns
“complicadores”: “Existe uma demanda enorme que
não está sendo atendida pela maioria das equipes de
RH. Queremos transformar tudo em modelos self-ser-
vice, shared-services ou HRaaS [Human Resources as
a Service], mas estamos perdendo o contato humano,
substituindo tudo e todos por ferramentas que ainda
não são intuitivas o sufi ciente. Essa transição é trau-
mática e impacta a percepção que o cliente interno tem
do RH”, diz. Para ele, tudo o que as pessoas querem
é um RH mais humano, mais próximo dos negóciose, ao mesmo tempo, mais estratégico. “Fácil de dizer,
mas difícil de fazer acontecer”, acrescenta.
Martius Haberfeld, diretor de tecnologia & inovação
da ProPay, conta que o conceito atual é conectar as me-
lhores soluções tecnológicas do mercado, encurtando
o prazo para obtenção de resultados e sem a necessi-
dade de investimentos de grande porte. Com isso, é
possível descentralizar funções administrativas, aten-
dendo os colaboradores e gestores com maior efi ciên-
cia e qualidade. “A relação de trabalho está mudando
rapidamente, e os novos talentos já chegam ao merca-
do com uma expectativa balizada por grandes players
de tecnologia como Google, Facebook, Uber, Netfl ix
dentre outros. Por isso, é natural que eles esperem en-
contrar ferramentas e processos similares nas empre-
sas em que estão ingressando”, diz, ressaltando que,
dessa forma, será cada vez mais importante que o RH
esteja preparado para atrair e reter os novos talentos já
nascidos na era digital.
A questão de alinhar a experiência do funcionário
com a tecnologia que ele usa no seu dia a dia com o que
ele vai encontrar na empresa ajuda a entender, de acor-
do com Simone Beier, diretora de recursos humanos
da Cargill no Brasil, que cada vez mais a transforma-
ção digital é sobre pessoas: como elas usam a tecnolo-
gia, como se preparam e se adaptam para as mudanças
geradas e como trazem melhores resultados para as
organizações. “Esse novo olhar permite uma atuação
ainda mais estratégica do RH, infl uenciando e direcio-
nando estratégias e alinhando processos para permitir
a execução das estratégias”, diz a executiva que, ainda
na faculdade de administração, escolheu trabalhar em
recursos humanos. “Após conhecer as diversas áreas
de uma empresa, me identifi quei com RH por acredi-
tar que a gestão de pessoas é algo crítico para o sucesso
de uma organização”, diz.
Quem também descobriu muito cedo sua afi nidade
com a área de RH foi Glaucimar Peticov, diretora-exe-
cutiva do Bradesco. A formação dela em psicologia
estimulou seu propósito em desenvolver um trabalho
que envolvesse relações humanas e que valorizasse a
educação como ação transformadora. Aliás, educação
é um dos principais pontos que ela destaca como fa-
tor para ressaltar e reforçar a contribuição estratégica
da área de recursos humanos ao longo desses anos. “A
nova postura do RH, estratégica e assertiva, passa pela+PEYGMQEVHS&VEHIWGS TSPʧXMGEWHIZEPSVM^EʡʝSHS
TVSƼWWMSREPIQXIVQSWHIGETEGMXEʡʝS(MZYPKEʡʝS