Jornalzinho da AABLA Ed. 01 Abril

(Jornalzinho da AABLA) #1

Vila dos Sonhos


Você já ouviu falar na vila dos sonhos? Não!


Então vem aqui. Abra o seu livro. Vamos
viajar?


Eu vou lhe contar um segredo. É um lugar
onde coisas mágicas acontecem. Uma melhor
que a outra! Mas não se engane, porque
entre nós e os nossos sonhos, existe um
preço a pagar!


Entre os moradores dessa pequena vila,
localizada no centro de um bom livro, que
toma vida! Exatamente assim. Mora uma
estrela de quatro pontas.


Quatro pontas? Mas elas não têm cinco! Essa
caiu do céu, e ficou morando ali. Ah! Tem
um gato! Um gato amarelo que pensa que sabe
tudo!


Tem uma escritora Mirim, a Fernandinha, que
fala pelos cotovelos, mas escreve e desenha
tão bem! Uma raposa traiçoeira que está
sempre tentando desviar as crianças dos
caminhos dos livros.


E outros que vamos conhecer.


Nessa vila, tem uma estação de trem. E
acredite! Viajantes do tempo pelos vagões
da velha locomotiva, vez ou outra,
desembarcam ali! E dessa vez, na mesma hora
em que o trem apitou. Ele colocou os seus
pés na calçada escura da velha estação.
Monteiro Lobato. Quanta honra!


Você sabe quem foi Monteiro Lobato?


José Bento de Monteiro Lobato, nascido em
18 de abril de 1882 na cidade de Taubaté,
São Paulo. Um grande escritor!


Entre suas obras, uma das que mais se
destaca é o sítio do pica-pau amarelo, com
23 volumes.
Entre os personagens desse sítio, tem a
Narizinho, uma menina encantadora;
Pedrinho, um menino sem medo de nada. E tem
a Emília uma boneca de pano falante, o saci,
a cuca. Quem não se lembra da cuca? Cuidado
que a cuca, que a cuca te pega... Dona
Benta, tia Anastácia e tantos outros!
Mal colocou aquela mala pesada no chão e o
gato amarelo já se ofereceu. “Monteiro!”
Disse o sabe tudo. “Eu conheço todos os seus
personagens! ” A estrelinha de quatro
pontas reverenciou o grande escritor,
brilhando e clareando todo o caminho a ser
percorrido. Fernandinha declamou uma
poesia, enquanto a velha raposa olhava. Só
olhava!


  • E o que tem nessa mala, Monteiro Lobato?

  • Perguntou o gato, que resolveu na ocasião
    usar um chapéu para parecer inteligente. E,
    claro, o brilhante escritor usava também.

  • Eu tenho grandes surpresas! – Respondeu
    Monteiro em um sussurro, sentando-se sobre
    a mala e colocando no colo seu chapéu.


Enquanto ele os olhava com aquele olhar
sério e penetrante, ia lentamente abrindo o
zíper da velha mala de couro marrom.
Então, combinado assim! No próximo
encontro, cada um com um livro do Monteiro.
E eu vou contar...
Mas é segredo! Não deixem que a velha raposa
veja. ..
O que ele trouxe para todas as crianças.

Angelo Rossi
Academia AIAP
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