Discovery Publicações - Civilizações Antigas (2019-07-14)

(Antfer) #1

colocando-os em urnas de cerâmica. Os sacerdotes maias possuíam diversos
livros escritos em finas folhas de madeira cobertas com gesso. Quando os
maias foram encontrados por colonizadores espanhóis, um dos aspectos que
ajudou a extinção daquela civilização foi o fato de viverem em lutas constan-
tes. Assim, resistiram bravamente à chegada dos estranhos europeus.


Livros maias
No processo de exploração e conquista do continente americano, os padres
espanhóis descobriram que os índios possuíam livros e resolveram destruí-los
para evitar a divulgação de sua cultura. O bispo de Yucatan, D. Diego de Landa,
ordenou a apreensão e a queima de centenas de volumes de livros, chamando
isso de um auto de fé, num dos maiores crimes contra a memória da história
humana. Além disso, Landa determinou que a utilização daquela “escrita de-
moníaca” por qualquer pessoa seria punida com a morte de forma irremediável.
Esse mesmo bispo, quando retornou à Espanha, escreveu um relatório intitu-
lado Relación de las Cosas de Yucatán, datado de 1566, para justificar sua ação
repressiva. Informou que os livros continham descrições de cerimônias diabó-
licas e sacrifícios humanos. O extenso e importante relatório do bispo ficou
esquecido até o ano de 1863, quando foi descoberto pelo sacerdote Charles
Etienne Brassuer, um pesquisador interessado nas culturas pré-colombianas. O
documento permitiu saber o sistema utilizado pelos maias para a elaboração do
calendário e seus numerais.
Salvaram-se apenas quatro livros maias da destruição promovida pelos
religiosos espanhóis. Três são conhecidos há muito tempo. Um quarto apa-
receu após a Segunda Guerra Mundial. Esses volumes tratavam de idolatrias
que envolviam sacrifícios, entre outras práticas similares.


Pilares da ciência e da religião
Os maias ergueram uma civilização consolidada sobre os pilares da ciência
e da religião. Segundo eles, a sombra de Kukulkán, o deus-serpente, passeia
por Chichén-Itzá durante os equinócios de primavera e de outono, quando
noite e dia têm a mesma duração. Seu ponto de partida é a principal escadaria
do Castelo, uma grande pirâmide erguida em sua honra com base em co-
nhecimentos astronômicos: os degraus das quatro escadarias e da plataforma
superior somam 365, número de dias do ano.
E não é só isso. Cada um dos lados alinha-se com um dos pontos cardeais
e os 52 painéis esculpidos em suas paredes são uma referência aos 52 anos do


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