173
Chegando em frente do terreiro, os Igi Ọ̀pẹ*, que decoram a porta e
as janelas, começam a balançar intensamente, dando um ar místico.
Eles balançam tanto que fazem com que o chapéu de Zé Pilintra voe.
Mas o nego é malandro e ágil e rapidamente o coloca novamente
na cabeça. São os ventos de Yánsàn que balançam os Igi Ọ̀pẹ e
conduzem Mauro até a frente da Èkéjì.MAURO: O que é que você está fazendo aqui de novo?
Me deixe em paz!ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: O senhor por acaso está falando
comigo?MAURO: A senhora não está vendo o que eu estou vendo?
Esse homem está me seguindo há dias.ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Meu jovem, eu não estou vendo
ninguém aqui além de mim e você.
Você precisa de alguma ajuda?MAURO: Eu estou procurando o terreiro do Pai Zon.ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Você acabou de encontrar.ENTRANDO NO ÀṢẸ* ∙ INT. ∙ TERREIRO ∙ NOITEÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Pode entrar...Sente-se um pouco.MAURO: Muito obrigado! Desculpe se fui grosseiro com a senhora.ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Fique tranquilo meu filho. Aqui nós
lidamos com várias situações. O importante é que você fique bem.
Beba um copo d’água.Ao entrar no terreiro, Mauro fica encantado e com olhar surpreso ao
ver tantas cores e diversidades de elementos.Logo na entrada, ele vê Ojúbọ de Èṣù*. Ele olha aquilo com
espanto e fecha os olhos, rapidamente, por um instante.ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Venha, vamos saudar Èṣù para que
tudo corra bem com a sua consulta.Ele respira fundo. Ao olhar para o teto, vê as bandeirolas, em tiras