174
brancas, decorando o salão principal. Os ìlù*, base do candomblé
da Nação Ketu*, “rum*”, pi*” e o “le*” estão no canto esquerdo,
próximos a uma cadeira grande de madeira, decorados com laços
vermelhos que remetem ao oṣé* de Ṣàngó*. Em uma mesa com
toalha estampada, estão os elementos da Jurema Sagrada*.
A ÈKÉJÌ Ray o apresenta ao Bàbálórìṣà* PAI ZON*.
CONSULTA AO Ẹ́RÌNDÍLÓGÚN ∙ INT. ∙ TERREIRO ∙ NOITE
ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Sua bença, meu pai.
Esse aqui é Mauro. Ele marcou uma consulta para hoje.
PAI ZON: Meu pai Ayra* que te abençoe, minha filha. Boa noite,
meu filho!
MAURO: Boa noite!
PAI ZON: Boa noite, meu filho! Que bom que você veio! Eu estava
te esperando.
Mauro arregala os olhos espantado com a fala do Bàbálórìṣà.
PAI ZON: Minha filha, por gentileza, anote o nome completo e a
data de nascimento dele. Sente-se, meu filho.
Durante alguns segundos, os dois se olham fixamente. Enquanto
Mauro demonstra receio, o Pai Zon dá um sorriso de canto de boca e
fecha os olhos por alguns segundos.
PAI ZON: Não tenha medo. Eu não falo nada que os òrìsà* não
queiram. Você veio buscar respostas. As divindades lhe darão o
caminho para a sua ancestralidade.
Entre Mauro e o Bàbálórìṣà, há um àtẹ* de madeira, em formato
circular, sobre uma mesa.
Ele retira búzios de dentro de uma pequena bolsa e começa
a esfregá-los entre as mãos. Ele começa sua conexão com a
ancestralidade pedindo licença a Èṣù e a Òṣàlá.
PAI ZON: Èṣù eu te peço... Èṣù eu te rogo! Me mostra os odù*
desse filho. Láaróyè Èṣù!