RDFQNF_VERSÃO DIGITAL_FINAL

(Oficina dos Filmes) #1

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Ele recita um oríkì Èṣù Ọ̀dàrà:
Èṣù Ọ̀dàrà o,
Orí mi má jẹ́ nkò ọ
Èṣù Ọ̀dàrà o,
Orí mi má jẹ́ nkò ọ

Èló lówó rẹ Ọ̀dàrà
Èló lówó rẹ ọ̀dàrà
Oókan lówó Èṣù,
Ọ̀dàrà bàbá awo

Òṣàlá, meu pai! Misericórdia! Misericórdia com este filho para que
ele tenha caminhos abertos.

Em seguida, ele lança os búzios sobre o àtẹ. Caem com a seguinte
configuração: 12 abertos e 4 fechados.

O Pai Zon olha atentamente para o jogo e faz um sinal de
confirmação com a cabeça.

PAI ZON: Estou entendendo! Èjìlá Sebòra Méjì*. É, meu filho! Vejo
muita justiça em sua vida. Você é um ọmọ Ṣàngó*.

Nesse momento, ouve-se o som de um trovão e o Bàbálórìṣà grita:

PAI ZON: Ẹ káàbọ̀ o Kábíyèsí*! Kábíyèsí Ṣàngó!

Mauro se arrepia e, por um instante, começa a chorar. A leitura do
jogo segue, e o Bàbálórìṣà dá orientações a ÈKÉJÌ Ray Yánsàn.

PAI ZON: Minha filha, você anotou tudo direitinho, né? Não esqueça
dos 12 quiabos, do frango e do galo. Esse ẹbọ* deve ser feito em
uma quarta-feira.

ÈKÉJÌ RAY YÁNSÀN: Sim, meu Pai! Pode deixar. Eu vou
passar a lista a limpo e envio para ele.

Mauro, sem entender muito bem tudo o que está ouvindo, olha com
admiração e espanto para o Pai Zon.
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