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ṣeré*. Todos estão em volta da fogueira. Mauro está cada vez mais
inquieto. Ele começa a sentir tudo rodar.Os ọ̀gá estão agachados de cabeça baixa, balançando o ṣẹ̀rẹ̀* e
formando um círculo ao redor de uma grande òkúta*.ÈKÉJÌ RAY DE YÁNSÀN: Meu pai, o rapaz que fez a consulta,
na semana passada, está aqui. Ele não parece estar muito bem.PAI ZON: Fique tranquila, minha filha. Aquele moço é rodante.
O jogo dele foi muito claro para mim. Ṣàngó vai bailar sobre
aquele corpo hoje.O Pai Zon dá o comando para o Alágbè: toque um àlùjá*.Esse ritmo intenso faz com que Mauro perca de vez o controle do
seu corpo. Seus braços e pernas estão rígidos. Sua companheira não
consegue segurá-lo. O Pai Zon se aproxima e intensifica o som do
ṣẹ̀rẹ̀.Mauro começa a se tremer e sentir tudo girar a sua volta. Seus
movimentos são guiados por uma energia que transcende o
conhecimento humano. E, ao som do àlùjá, ele começa a bailar em
volta da fogueira.Seu corpo é conduzido ao chão. De cabeça baixa, ele fica de joelhos
por alguns segundos. Ao se reerguer, seus movimentos levantam o
fogo da fogueira, que cresce mais a cada giro que ele dá.O Pai Zon começa a dançar com ele e essa força é potencializada. Os
dois bailam livremente na frente de todo ẹgbẹ́*.TODOS
Ọba Kòso, Ọba Kòso,
Oníbàntẹ́ owó jingbẹ́nẹ́
Ọba Kòso,
Oníbàntẹ́ ajé jingbẹ́nẹ́
Ọba Kòso,
Ṣàngó adé jingbẹ́nẹ́
Ọba Kòso,
Oníbàntẹ́ ọlà jingbẹ́nẹ́
Ọba Kòso