RDFQNF_VERSÃO DIGITAL_FINAL

(Oficina dos Filmes) #1

195


escapar como uma piaba e foge. Ela corre para fora de casa. Severino
vai para o banheiro.

CENA 11 ∙ BANHEIRO ∙ CASA DE SEVERIANA ∙ INT ∙ DIA

Severino bate uma punheta no chuveiro. Enquanto ele se masturba
freneticamente, não percebe que caranguejos e outros bichos do
mangue sobem do ralo e trepam sobre seus pés e tornozelos. Ele
continua até gozar.

CENA 12 ∙ CASA DE DONA DETINHA ∙ INT ∙ DIA

Mulheres estão catando marisco. Severiana entra correndo, assustada
e grita pela mãe.

SEVERIANA (OFF-SCREAM: Mainha, mainha.

Duque vai logo pra porta. Ana vai até a porta.

ANA: Isso são modos? Que agonia é essa?

SEVERIANA: (Baixinho pra mãe): O pai fez coisa feia, quis me
agarrar.

Ela dá um tapa na boca da filha.

ANA: Calada. Volte agora pra casa.

SEVERIANA (Assustada): Isso é pecado, mainha.

ANA: Filha tem que ser mulher do pai.

Severiana chora e vai embora. Dona Detinha olha de longe.

CENA 13 ∙ IGREJA MATRIZ ∙ INT ∙ TARDE

Severiana ajoelha aos pés da imagem de Nossa Senhora das
Candeias e pede pra ela proteger e ajudar a se livrar do pai.

SEVERIANA: Minha Nossa Senhora das Candeias, não deixe meu
pai me manchar. Me ajude, me livre desse pecado, me esconda
no seu manto, minha santinha.

Ela acende uma vela e se joga no chão aos pés da santa.
Free download pdf