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DIA DE INSANIDADE

Anderson Figueiredo

CENA 1

(1ª melodia de violão. É uma trilha calma e que aquece o coração de

quem desperta numa manhã fria)

ARIEL (VOICE OVER)

Minha vida nunca foi um conto fadas. As memórias felizes que

carrego cabem em uma mão. Mas na vida sempre há um dia mais

louco. Um dia em que tudo que pode dar errado vai dar errado; um

dia insano que nos marcará para sempre. Eu não sou o mocinho

aqui. Nem sequer sou o protagonista. Esse se chama Pablo, e eu me

arrependo por ter traçado o caminho que nos levou àquele final.

FADE IN

CENA 2 ∙ EXTERNA ∙ RUA DA CASA DE PABLO ∙ DIA

(A trilha melódica continua)

A rua está banhada por uma leve sombra. Os telhados das casas

e o asfalto estão úmidos. Uma leve brisa, um resquício da noite,

movimenta os galhos das árvores. Ao fundo, o céu ainda está

clareando, pois o sol ainda não se ergueu no horizonte. PABLO, 17

anos, de pele negra e cabelos pretos cacheados, é a única pessoa

nela. Ele é magro, mas não o suficiente para ser chamado de seco.

Pablo mexe no celular enquanto está encostado em sua bicicleta

vermelha, que possuiu um espaço na frente para carga, onde uma

bolsa térmica está presa.