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CIDA: De Salvador, há duas opções para chegar até Cachoeira.
Pelo caminho mais utilizado, pela BR-324 até chegar ao
entroncamento da BA-026, passa por Santo Amaro da Purificação.
Você conhece Santo Amaro?
MAYA: Eu não, Cida! Agora que eu estou começando a viajar!
Até Feira de Santana, eu conheço pouco!
MAYA: Daqui pra lá, são quantas horas?
CIDA: Mais ou menos duas horas se não tiver engarrafamento!
O ônibus segue pela BR-324, trânsito intenso, fluxo normal de uma
sexta-feira que abre feriadão.
O ônibus para em um ponto estratégico e sobe tanta gente no
meio do caminho que o veículo começa a ficar apertado. Sobe um
ambulante.
AMBULANTE: Olha a pamonha! Pamonha de milho e de carimã!
Pamonha quentinha!
Cida não para de falar sobre as manifestações culturais de Cachoeira,
principalmente o Embalo D’Ajuda:
CIDA: A Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda foi a primeira construída
em Cachoeira. Dedicada primeiramente à padroeira da cidade,
Nossa Senhora do Rosário.
Cida adora contar as origens de tudo. Se der corda, já foi! Fala a
viagem inteira sobre o assunto. Maya se interessa, claro, pois tudo
pra ela é novidade, e, agora que se permite viajar, quer tirar o atraso
mesmo.
CIDA: Com a devoção a Nossa Senhora D’Ajuda, foi criada a
Irmandade D’Ajuda, mas não há registros daquela época, da
realização da festa, e não se sabe se era como é nos dias atuais!
MAYA: Foi mudando com o tempo?
Ônibus breca bruscamente.
HOMEM grita: Está carregando boi, motorista?
MULHER grita: Quero chegar viva em Cachoeira, viu?