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CIDA: Valeu, motorista! Curte um sambinha?
O motorista sorri. Balança a cabeça afirmativamente.
CIDA: É isso aí! Quem não gosta de samba bom sujeito não é.
MAYA: Seu nome é Cida, de oferecida.
Cida solta uma gargalhada.
Maya e Cida passeiam pela cidade. Maya se deslumbra com os
casarios e sobrados históricos.
MAYA: Como é bonita a cidade! Faz encher os olhos de quem ama
História. Olha esse casario colonial, essas ruas...
CIDA: Você não viu nada ainda... Ali é São Félix, a cidade
presépio, e esse é o Rio Paraguaçu. Lindo, né?
Som de buzina. Música alta. Som de Arrocha.
NONATO: E aí, pirão perdido?
CIDA: Fala, pombo sujo! Tô na área! Venha cá.
NONATO: Deixa eu procurar uma vaguinha pra estacionar!
MAYA: Quem é esse “Deus do Ébano’”?
CIDA: Nonato. Um amigo. HAHAHAHAHAHA.
MAYA: Amigo, né? Sei...
CIDA: Negaaaa! Quem dorme com inimigo é Júlia Roberts.
Nonato estaciona o carro adiante. Elas se sentam num banco de
praça.
CIDA: E aí, Negona? Bonita a paisagem, né?
MAYA: Tudo lindo demais! A casa da sua irmã é linda! Um sonho!
CIDA: Obrigada, mas tem que fazer uns reparos. Só não pode sair
do padrão porque aqui é tudo tombado! Não dão dinheiro para
ajudar a reformar, mas ai do dono que botar uma esquadria de
alumínio na fachada!