Veja São Paulo - Edição 2643 (2019-07-17)

(Antfer) #1
12 Veja São Paulo 17 de julho, 2019

I


naugurado em 1940, em um bairro então
pouco habitado, o Estádio Municipal Pau-
lo Machado de Carvalho, o Pacaembu,
que foi palco de seis jogos na Copa do
Mundo de 1950, viverá sua mais impor-
tante transformação em oito décadas.
Após a assinatura de um contrato, previs-
ta para ocorrer até setembro (o prazo inicial
era julho), o espaço, composto de uma pis-
cina olímpica, duas quadras de tênis e um
ginásio poliesportivo, além do campo, pas-
sará a ser administrado pelo Consórcio Pa-
trimônio SP por 35 anos. O grupo, formado
pelas empresas Progen e Savona Fundos de
Investimentos, pagará 111 milhões de reais
à prefeitura e promete investir outros 300
milhões de reais no complexo.
Para gerar atratividade financeira, a em-
preitada do deficitário centro esportivo
prevê a demolição do tobogã, arquibanca-
da inaugurada no início da década de 70
em substituição à histórica concha acústi-
ca. No seu lugar será erguido um prédio de
cinco andares (mais quatro subsolos), com
44 000 metros quadrados de área construí-
da. O projeto é da arquiteta Sol Camacho,
do escritório Raddar. Do nível do gramado
para cima, os dois primeiros pavimentos
serão alugados para escritórios e firmas de
serviços, como bares e restaurantes. A
ideia é buscar companhias de coworking e
empresas da economia criativa. Na alimen-

tação, a expectativa é atrair estabelecimen-
tos de vários segmentos e preços. “Hoje o
Pacaembu é um local de passagem. Que-
remos trazer 5 000 pessoas por dia e trans-
formá-lo em um destino agradável”, afirma
o administrador de empresas Eduardo Ba-
rella, CEO da Patrimônio SP.
O 3º piso contará com uma passarela de
ligação entre as ruas Itápolis e Desembarga-
dor Paulo Passaláqua. Esse espaço será des-
tinado à livre circulação de pedestres, que
terão acesso a outras áreas públicas locali-
zadas no 4º andar e no térreo. Nesse último,
de frente para o gramado, haverá um anfi-
teatro de madeira que reinventará parte da
concha acústica. Esse espaço terá uma es-
planada de 3 000 metros quadrados. Outra
aposta é criar no subsolo um centro de con-
venções para até 2 000 pessoas e ampliar o
uso do complexo. Haverá ainda três andares
de estacionamento, com 450 vagas. A Praça
Charles Miller e o Museu do Futebol fica-
ram de fora da concessão.
Quando o novo Pacaembu estiver pron-
to, daqui a dois anos, o desafio do consór-
cio será atrair um bom volume de negó-
cios. Nessa seara, o gramado, que já rece-
beu Pelé, Leônidas da Silva, Rivellino e
Ademir da Guia, terá função secundária.
“Estamos prevendo quinze jogos de fute-
bol profissional por ano”, afirma Barella,
que reduzirá a capacidade do estádio de

Estádio,
quadra de
tênis, piscina
e fachada
(em sentido
horário): 300
frequentadores
por dia, em
média, com
cursos grátis
para os
vizinhos, e
instalações
semivazias

FOTOS ALEXANDRE BATTIBUGLI

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