VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA - NÚMERO 10

(MARINA MARINO) #1

Neste espaço, o qual
denominamos de uma lua toda
nossa, é onde ecoa, em todos os
cantos,avozinspiradoradeVirginia
Woolf nos dizendo que “não há
portões, nem fechaduras, nem
cadeados” capazes de “trancar a
liberdade” denosso“pensamento”.É
nestaegrégoralunarquesurgenossa
coletânea,cujoelencoéformadopor
autoras de vários países, com um
número expressivo no Brasil. Somos
168 (cento e sessenta e oito)
escritoras compondo um
caleidoscópiopoéticodiverso.


Muitas vezes, nos revelamos
numa escrita cortante, visceral,
outras vezes, intimista, engajada,
visionária, confessional, profética,
ritualística,ancestral...Somosoverso
prenhe e latente de vida, dançando,
emconexãoplural,demãosdadas,ao
redordaapoteóticadeusaLuna,toda
nossa. Somos a mistura poética
perfeita em suas imperfeições,
porque nos permitimos a poiesis
aristotélica, em estado pleno, nos
abrindo aos impulsos do espírito
humano para voar desde nossa
imaginação e desde nossos
sentimentos aninhados na alma. E
nosvemos,umavezmais,plasmadas
naspalavrasdeVirginiaWoolf,nojá


citado livro “Um teto todo seu”
porque também pensamos que é
“fatalserumhomemouumamulher
pura e simplesmente; é preciso ser
feminil-masculino ou másculo-
feminino”,porissosomosuminfinito
comsededehorizontesinfindos.

VâniaAlvarez,emreferênciaà
forçadenossaegrégoralunar,destaca
esta característica plural e
essencialmente poética, afirmando
que somos: “poetas engajadas ao
contemporâneo, que falam por si e
que reinterpretam as muitas vozes
[...] e a lua aparece influenciando o
sentimental [...] Somos mulheres,
somosenluaradas,somosumprojeto
contemporâneo vitorioso, porque
“águamoleempedraduratantobate
até que fura” e nós, mulheres,
furamos o cerco [...] porque somos
um coletivo, já não estamos sós e
estamos apenas no começo. (“A
poética contemporânea das
enluaradas”, 08 / 03 / 2021 )
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