REVISTA DRAGÕES MAIO 2021
TEMA DE CAPA
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“Com essa qualidade, tens que
chegar mais longe, um-dois, um-
dois”. Isto foi no aquecimento e eu
não me esqueço destas coisas. O
jogo começou e na primeira vez
em que toquei na bola perdi-a
e eles quase que marcavam. O
mister disse: “Zaidu, calma, calma,
tranquilo, tranquilo”. Fiquei muito
contente e mesmo tranquilo
até acabar o jogo. Acho que não
perdi mais nenhuma bola até
ao final do jogo em Marselha.
Depois do primeiro golo vamos
ao primeiro título. Foi dos mais
alegres nos festejos da Supertaça.
Ficou realmente contente pela
conquista do primeiro troféu?
Sim, foi o meu primeiro título e foi
o dia mais feliz desde que cheguei
ao FC Porto. Quando assinei
contrato, é claro que também
fiquei feliz, mas ganhar essa
Supertaça deixou-me ainda mais
feliz. Na Nigéria também ganhei
alguns títulos, mas era normal,
porque joguei lá muito tempo. Nos
quatro ou cinco anos desde que
cheguei a Portugal estive no CNS,
num clube importante, mas que
não ganhou nada, e no primeiro
ano no FC Porto ganhei um título,
foi incrível. Chorei muito, as
pessoas perguntavam-me se eu
estava maluco e eu confirmava:
“Hoje estou maluco”. “Porquê?”,
perguntavam-me, e eu: “Ganhar
um título contra o Benfica? Estás
louco ou quê?”. Antes de chegar
aqui sabia que jogar contra o
FC Porto, Benfica ou Sporting era
difícil. Ganhar títulos com um 2-0?
É top. Fiquei muito, muito feliz.
Pode dizer-se que o Sérgio
Oliveira e o Pepe são
capitães todos os dias?
Sim, sim. O Pepe, para mim,
é o número um, é top.
Considera-se o mais
rápido do plantel?
Não sei, só ouço as pessoas
a dizerem isso.
O que é que o ajuda a ter
tanta velocidade?
Acho que é mental. O futebol
joga-se com a cabeça. Quando
Ainda na Nigéria, mas já
com a camisola do FC Porto
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estou a jogar vejo a bola ao longe
e penso sempre: “Vou buscar esta
bola”. Sempre fui assim. Quando
é para defender o homem e ele
está longe de mim, eu penso: “Vou
chegar primeiro, vou buscá-lo”.
Foi isso que pensou
contra o Chelsea?
Em todos os jogos e
treinos, é sempre assim.
Quão difícil foi perder
essa eliminatória?
Ficámos tristes, porque um
clube como o FC Porto tem
condições para chegar à final.
Mas não conseguimos e ficámos
um pouco tristes. Acho que isso
já passou, temos noção de que
jogámos muito bem, mas não
conseguimos marcar o golo
que empatasse a eliminatória.
Antes disso foi um dos maiores
destaques na eliminatória
contra a Juventus. Fale-nos
um pouco sobre a experiência
de defrontar os melhores
avançados do mundo.
O extremo mais difícil que apanhei
foi o Chiesa, da Juventus, porque
ele ataca e defende. Quero fazer
o mesmo, mas ele também o
faz, ataca e defende. É muito
complicado, é forte com os dois
pés e às vezes não sabemos o
que vai fazer. O Pepe avisou-me
que ele era ambidestro e tinha
muita velocidade. É o adversário
mais difícil que apanhei.
Como foi vencer essa
eliminatória contra a Juventus?
Foi top. Foi uma vitória muito
importante para nós e cá
ganhámos 2-1 contra uma
equipa como a Juventus. Mas
também somos muito fortes,
porque somos o FC Porto.
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