Dragões - 202104

(PepeLegal) #1
Jorge Nuno Pinto da Costa

“Dragão espoliado a triplicar. (...)
Se há jogos em que um clube pode
gritar a plenos pulmões que foi
impedido de triunfar por causa de um
desempenho arbitral, foi um destes.”
“Imagem descuidada, atenção e
concentração baixas, faltas demasiadas,
análise técnica deficiente.”
“Má arbitragem de Hugo Miguel
e do VAR António Nobre.”
“Jogo com incidências de difícil
análise e dois erros na área com
influência no resultado.”
“Faltou acerto em lances relevantes e
potencialmente determinantes no resultado
final. Faltou, sobretudo, ajuda do seu
videoárbitro em lances evidentes.”
“Arbitragem infeliz de Hugo Miguel
e restante equipa, pela influência
que tiveram no resultado.”
“Jogo intenso que proporcionou
muitos contactos, nem sempre
bem decididos pelo árbitro.”
“Imagens não deixam dúvidas. Houve três
penáltis por marcar a favor do FC Porto.”

Estas frases não são minhas, não são
do Sérgio Conceição, não são do Pepe nem
são de ninguém da estrutura do FC Porto.
São, respetivamente, dos senhores José
Manuel Freitas, Jorge Coroado, José Leirós,
Fortunato Azevedo, Duarte Gomes, Jorge

Faustino, Marco Ferreira e Pedro Henriques,
um jornalista e sete especialistas de
arbitragem, e refletem o que ficou evidente
para quem assistiu ao Moreirense - FC Porto
e procurou pronunciar-se sobre o jogo
com um mínimo de seriedade. Chegaram
todos às mesmas três conclusões: 1)
houve vários erros graves de arbitragem;
2) esses erros podem ter tido impacto
no resultado; 3) a equipa prejudicada
por todos esses erros foi o FC Porto.

Perante isto, é perfeitamente natural
e justo que o nosso treinador, os nossos
jogadores e os nossos adeptos tenham
expressado uma grande insatisfação no
final do jogo. No caso do Sérgio Conceição,
até pecou por defeito nas reclamações,
visto que só se queixou de dois penáltis,
mas por se ter dirigido ao árbitro a dizer
“Dois penáltis! Dois penáltis!” foi logo
expulso, ou seja, foi vítima de mais um
erro. Este jogo foi disputado a 26 de
abril de 2021, mas a censura de que foi
alvo o nosso treinador, que depois até
originou uma suspensão de 21 dias que
vamos contestar em todas as instâncias
que pudermos, tem mais a ver com os
tempos sombrios anteriores a 25 de
abril de 1974. Não abdicamos e não
abdicaremos nunca do direito à indignação
cunhado pelo saudoso Dr. Mário Soares.

NUNCA DESISTIREMOS


E sabemos que não podemos abdicar
de nenhum dos nossos direitos porque
vivemos num país em que com a maior das
facilidades se procura impor uma mordaça
a quem levanta a voz fora da capital. Um
país em que um ministro da Educação
e um alegado secretário de Estado do
Desporto são muito lestos a juntar-se
ao coro dos que procuram branquear o
que se passou no relvado de Moreira de
Cónegos, enquanto deixam por resolver os
problemas que atormentam milhares de
professores e de alunos e convivem com a
maior das naturalidades com a propaganda
aos principais clubes de Lisboa que é feita
na televisão pública em plena Tele Escola.
Se pensam que nos vergam, enganam-se.
Nunca desistiremos da nossa luta.

P.S.: Parece-me óbvio e já o
disse publicamente, mas reafirmo-o
porque há muitos que preferem fazer
de conta que estas palavras não
existem: tanto o FC Porto como eu
em particular repudiamos qualquer
ato de violência praticado seja
contra quem for e seja onde for.
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