REVISTA DRAGÕES ABRIL 2021
Nos anos seguintes, Pinto da Costa
regressou sozinho à capa em onze
ocasiões, umas vezes por causa de
entrevistas, outras porque eram
assinaladas efemérides especiais como
os 20 e os 30 anos de presidência. Em
algumas dessas edições, destacavam-se
frases e ideias fortes que vistas à
distância até parecem ter tido caráter
premonitório. Em abril de 1994, o
presidente recusava-se a ceder no
conflito com o governo devido à penhora
de uma retrete do Estádio das Antas.Curiosamente, é bastante restrita a quantidade de números
da DRAGÕES em que o presidente do FC Porto é a única
figura em evidência na primeira página: até abril de 2021,
Pinto da Costa protagonizou 14 de 413 capas (3% do total,
portanto). A primeira vez aconteceu apenas em abril de 1992,
no mês em que completava dez anos na liderança do clube e
em que chegava às bancas a edição 88 da revista. “A década
dourada” era o título que fazia manchete, e não podia ser
mais justo: nesse período, o FC Porto tinha vencido uma Taça
dos Clubes Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental,
uma Supertaça Europeia, quatro campeonatos – o quinto
seria confirmado alguns dias depois –, três taças de Portugal
e cinco supertaças. E o melhor ainda estava para vir.Há 36 anos, a publicação da edição
inaugural da DRAGÕES foi descrita por Jorge
Nuno Pinto da Costa como um “um passo
importante na modernização e lançamento
europeu do FC Porto”. Desde então, os
percursos do presidente mais titulado da
história do futebol e da revista que mês a
mês tem vindo a contar a história dessa
imensidão de conquistas são indissociáveis.
Revisitar as capas em que Pinto da Costa
está em destaque é um exercício que
permite captar algumas das linhas de força
das últimas décadas da vida do clube.REVISTA DRAGÕES ABRIL 2021Por ocasião do Natal de 1998, ainda estava
uma parte importante do país embriagada
com a Expo de Lisboa, o presidente sonhava
com um mais um feito inédito da instituição
que mais tem resistido ao centralismo
crónico do país: “Vamos atacar o penta”.
Meses depois, o penta confirmou-se.Em julho de 1997, transmitia que
ambicionava construir “um FC Porto
com forte identidade portuguesa”,
e foi com nove portugueses no
11 inicial que sete anos depois os
Dragões se sagraram campeões
europeus em Gelsenkirchen.Em abril de 2021, quando se assinala
o 39.º aniversário da presidência de
Jorge Nuno Pinto da Costa e o 36.º da
DRAGÕES – duas histórias felizes nos
panoramas do desporto e da imprensa
–, já é mais do que seguro afirmar: o
sucesso da revista decorre do sucesso do
clube, e ambos têm na origem o mesmo
criador. Jorge Nuno Pinto da Costa.