Dragões - 202105

REVISTA DRAGÕES ABRIL 2021

Já conhecia o trabalho do
Magnus Andersson?
Conheço bem a carreira do
Magnus, tanto como jogador
como enquanto treinador.
Acompanhei-o quando ele era
treinador do Göppingen e agora
no FC Porto. Também na Liga
dos Campeões, claro, segui o
FC Porto porque, quando estava
no Veszprém, jogámos contra o
FC Porto. Já observei os meus
colegas na seleção nacional,
contra a qual já joguei por três
ocasiões na minha carreira, e
sei que o FC Porto dá muitos
jogadores à equipa portuguesa.

Houve algum jogador do
FC Porto nesses dois jogos
da Liga dos Campeões que
o tenha impressionado?
Não quero destacar ninguém
em particular, porque este clube
e esta equipa são grandiosos. O
espírito de equipa que revelaram
em campo frente ao Elverum, no
último jogo da fase de grupos, foi
verdadeiramente espetacular. Até
porque o jogo aconteceu numa
semana difícil para todos. Jogaram
com um autêntico coração de
dragão. O que aconteceu com
o Alfredo foi muito difícil, não
só para o FC Porto, mas para
toda a família do andebol.

A seleção portuguesa conseguiu
o inédito bilhete para os
Jogos Olímpicos de Tóquio,
derrotando a França num jogo
épico e com a presença de 11
jogadores do FC Porto. Como
analisa esta conquista?
Vi o jogo e foi inacreditável. História
feita! E só tenho que lhes dar os
parabéns. Percebe-se que a alma
do dragão está nos jogadores
e é transportada do clube para
a seleção. E o feito de Portugal

ir pela primeira vez aos Jogos

Olímpicos é um grande impulso,

não só para a carreira dos meus

companheiros de equipa, mas

também para o andebol nacional

e para a seleção portuguesa.

É a primeira vez que representa

um clube fora da Hungria.

Como é que olha para esta

nova página na sua carreira?

Tenho consciência de que foi a

situação trágica do Alfredo que

acabou por me trazer para cá,

para o FC Porto, mas estou feliz

pela decisão que tomei e muito

satisfeito de percorrer, lado a

“PERCEBE-SE QUE A ALMA DO DRAGÃO

ESTÁ NOS JOGADORES E É TRANSPORTADA

DO CLUBE PARA A SELEÇÃO. E O FEITO

DE PORTUGAL IR PELA PRIMEIRA VEZ

AOS JOGOS OLÍMPICOS É UM GRANDE

IMPULSO, NÃO SÓ PARA A CARREIRA DOS

MEUS COMPANHEIROS DE EQUIPA, MAS

TAMBÉM PARA O ANDEBOL NACIONAL

E PARA A SELEÇÃO PORTUGUESA.”

REVISTA DRAGÕES ABRIL 2021

“VOU DAR O

MEU MELHOR

PARA AJUDAR.

SEJA NUM

LIVRE DE SETE

METROS, SEJA

COM APENAS

CINCO MINUTOS

EM CAMPO OU

ATÉ A CHEGAR

A ÁGUA

AO NIKOLA

MITREVSKI.”

lado com esta grande equipa, a

jornada que se avizinha. Sou

um homem paciente. Esperarei

a minha oportunidade tal

como esperei 15 dias que o

bilhete de avião chegasse para

me poder juntar à equipa.

Com uma longa carreira, não só

a nível de clubes, mas também

de seleções, acredita que é

sobretudo experiência que pode

acrescentar a este plantel?

Acredito que sim. Esta chamada

que o Magnus me fez, esta

oportunidade que me deu, não

a quero perder. Foi por isso que

vim, para mostrar que sou capaz

de acrescentar algo mais à equipa.

Queremos ultrapassar o Aalborg

e garanto que vou dar o meu

melhor para ajudar. Seja num

livre de sete metros, seja com

apenas cinco minutos em campo

ou até a chegar a água ao Nikola

Mitrevski. Espero ajudar a equipa

a conseguir um grande desfecho.

Que objetivos gostava de

traçar aqui, no FC Porto?

Para mim só há um: a vitória.

Estudei muito na minha carreira e

estudo sempre o próximo jogo. É o

mais importante. E depois jogamos

sempre para ganhar, não interessa

quem seja o adversário. Com esta

mentalidade, acho que podemos

ganhar tanto o campeonato como

a Taça de Portugal, e espero que

consigamos também seguir em

frente na Liga dos Campeões

Apesar do muito já conquistou,

acredita que o melhor Martón

Székely ainda está para chegar?

Espero que ainda esteja para

chegar, claro. Quero cumprir

todos os sonhos e objetivos

coletivos com o FC Porto, dando

o melhor de mim em cada etapa.